terça-feira, 31 de agosto de 2010

Entrevista exclusiva com o cineasta Cacá Diegues

m dos maiores cineastas do país, Cacá Diegues tem forte ligação com a periferia e nessa entrevista exclusiva aos nossos blog´s, ele comenta o 5X Favela e confirma que vem ao Itaim Paulista, exibir DOC. gravado paralelo a gravação do filme, além de promover debate com outros diretores da Obra.
No dia (a confirmar), teremos abertura do filme "Profissão MC"....



Alessandro Buzo: Qual a diferença (ou não existe) do filme 5XFavela de 1962 e o de agora ?
Cacá Diegues: O filme de 62 era dirigido por cinco jovens universitários de classe média, com uma visão social e politicamente generosa. Mas esse é realizado por jovens moradores de favelas, cineastas que nasceram e moram nessas comunidades e que portanto são capazes de contar suas histórias de modo mais sincero, verdadeiro e visceral. É a primeira vez que isso acontece no cinema brasileiro.

Buzo: Como conheceu os diretores dos 5 episódios atuais ?
Cacá Diegues: Desde o início da década de 1990 que dou aulas, faço palestras, organizo projeções de filmes nessas comunidades, convidado pelas ONGs locais. Fui um dos fundadores, por exemplo, do curso de audiovisual da CUFA, em Cidade de Deus. Nesse período, vi uma geração de cineastas moradores de favelas surgir e crescer. Alguns dos que fizeram 5XFavela são amigos antigos, que acompanho há muito tempo. Mas outros eu conheci durante as oficinas de roteiro e preparatórias para o filme.

Buzo: Defina Periferia / Favela, como vê essa questão, socialmente e culturalmente ?
Cacá Diegues: Não tenho capacidade cientifica ou cutural para dar uma definição precisa de periferia ou favela. Mas eu diria que são comunidades excluidas dos direitos de cidadania que o resto da população tem. Comunidades onde o estado não chega com seus serviços básicos de segurança, saúde, educação, etc.

Buzo: Na decada de 60, 70...você já fazia filmes como Gamba Zumba, Xica da Silva, depois decada 80....Quilombo ? De onde vem a ligação com o tema ?
Cacá Diegues: Basta colocar uma câmera na rua que ela vai registrar uma realidade que as elites do país sempre negaram. O Brasil é um país luso-africano, e devia se orgulhar muito dessa originalidade que lhe permite dar uma contribuição decisiva e positiva à civilização mundial. A história da cultura negra, de descendência africana, no Brasil, tem muito a nos ensinar sobre isso.

Buzo: Governo Collor pro cinema brasileiro ?
Cacá Diegues: Foi um desastre, Não só pro cinema, como para toda a cultura nacional. Um homem que levou seu rancor pessoal para o exercício do poder público,

Buzo: Qual sua ligação com Maceió-Alagoas, onde nasceu ?
Cacá Diegues: Uma profunda ligação sentimental. Foi lá que vivi minha infância e, sempre que volto lá, ainda procuro os mesmos cheiros e gostos que sentia quando era criança. Ainda tenho muitos e bons amigos por lá.

Buzo: Assisti no Olido (centro SP), decada de 80, o filme "Um Trem Para as Estrelas", como foi produzir esse e outro filme "Dias Melhores Virão" numa fase difícil do nosso cinema ?
Cacá Diegues: Naquele momento, o cinema brasileiro passava por momentos dificeis, como aliás o resto do Brasil. A ditadura tinha acabado mas a democracia não havia trazido desenvolvimento e bem estar para o povo. A produção de cinema no Brasil havia caído de quase cem filmes anuais, no fim dos anos 1970, para menos de 20 no final dos anos 1980. Em 1992, por exemplo, já no governo Collor, não se produziu nenhum filme no país.

Buzo: O título "Dias Melhores Virão" é uma mensagem do cinema brasileiro, de que as coisas iam mudar ?
Cacá Diegues: Era mais uma declaração de desejo de que as coisas mudassem. A própria história do filme apontava para uma ironia em seu título.

Buzo: Importancia do filme "Cidade de Deus" para popularizar o cinema nacional e qual mais você destaca que cumpriu esse papel ?
Cacá Diegues: O grande filme nessa fase de "retomada" do cinema brasileiro, a partir de 1995, foi "Central do Brasil", de Walter Salles, um filme que insistia na ideia de filmar a cara do Brasil como ele é e, ao mesmo tempo, ser acessível a seu povo. "Cidade de Deus" é um grande filme, uma verdadeira obra-prima, mas foi um pouco vítima do seu próprio sucesso, reforçando um estereótipo sobre as favelas e periferias do país.

Buzo: Como é ter seus filmes exibidos comercialmente na Europa, EUA, América Latina ? Cite um filme que foi muito sucesso no extrageiro, em qual país mais precisamente ?
Cacá Diegues: É sempre bom saber que outros países têm curiosidade pelo que fazemos aqui no Brasil. Em geral, meus filmes têm circulado pelo mundo todo e isso significa que se interessam pelo que eu faço. E pelo Brasil também. Meu filme de maior sucesso no mundo foi Bye Bye Brasil. Mas outros, como Xica da Silva, Quilombo, Um trem para as estrelas, Orfeu, etc., também circularam muito por todo o mundo.

Buzo: Quando é indicado para grandes premiações, o que espera delas ? Da um frio na barriga ?
Cacá Diegues: É sempre um prazer ganhar um premio, mas não quero dirigir minha atividade para isso. Se o premio vier, tanto melhor, mas não é para isso que faço filmes.

Buzo: OSCAR ? O que pensa dele e pretende ganhar a estatueta um dia ?
Cacá Diegues: O Oscar é uma vitrine, como os festivais de cinema, através da qual mostramos nossos filmes para o mundo. Se quiserem me dar um, aceito com todo prazer. Mas não trabalho com essa meta.

Buzo: Quem é Cacá Diegues no dia a dia ?
Cacá Diegues: Um cara que trabalha muito e se interessa por gente, a começar pela própria familia.

Buzo: De um a três filmes que marcaram sua vida ? Porque ?
Cacá Diegues: Sempre gostei de cinema, mas nunca pensei em ser cineasta, achava dificil isso acontecer no Brasil de minha adolescência. Foi quando vi "Rio, 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos, que vislumbrei essa possibilidade e decidi ser cineasta brasileiro.

Buzo: Um ator brasileiro ?
Cacá Diegues: José Wilker, Antonio Fagundes, Lázaro Ramos.

Buzo: Um atríz, também brasileira ?
Cacá Diegues: Fernanda Montenegro, Zezé Motta, Roberta Rodrigues

Buzo: Projetos como CUFA, Afroreggae, Enraizados....só pra citar o Rio de Janeiro, como vê o crescimento deles ? Qual a importancia que isso tem ?
Cacá Diegues: Essas organizações são indispensáveis, elas estão mudando o caráter da produção cultural de periferia, dando a esses jovens artistas um outro sentimento sobre eles mesmos e o mundo em que vivem. "5XFavela" não existiria sem o apoio decisivo de CUFA, Nós do Morro, AfroReggae e Observatório de Favelas.

Buzo: Em quem vai votar pra presidente em 2010 e o que achou de 8 anos do Governo Lula ?
Cacá Diegues: Votei duas vezes no FHC e duas vezes no Lula, e fiquei muito contente com isso, nenhum dos dois me decepcionou. O Brasil podia avançar mais depressa, mas de qualquer maneira melhorou muito neste período dos dois presidentes.

Buzo: Pra encerrar.....vem mesmo ao Itaim Paulista, exibir o DOC (gravado paralelo as filmagem do 5XFavela) ? Conhecer o Espaço Suburbano Convicto ? O que espera do encontro ?
Cacá Diegues: Vou, sim, basta marcarem a data e eu estarei lá, com alguns dos cineastas jovens de 5XFavela. Esse encontro é indispensável para que conheçamos uns aos outros, compreendamos que os problemas são os mesmos e as aspirações também. São Paulo e Rio de Janeiro são cidades formadas por um mesmo povo, com a mesma origem, as mesmas dificuldades e os mesmos sonhos. Nada mais importante nos encontrarmos para constatarmos isso e nos entendermos melhor ainda.


Cacá Diegues vem ao "Espaço Suburbano Convicto" exibir o DOC. gravado paralelo ao filme "5X Favela - Agora Por Nós Mesmos" e fazer um debate.
Jovens diretores do filme também vem.......

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Entrevista com CACAU AMARAL, um dos diretores do filme "5X Favela - Agora Por Nós Mesmos"....exclusiva para nossos blogs

Conheci o Cacau Amaral, por volta de 2002 no Rio de Janeiro, nos rolê com o pessoal do Movimento Enraizados, ele era integrante do grupo Baixada Brodhers.
Ele venho cantar na primeira edição do meu evento "Favela Toma Conta", na rua da minha casa no Itaim Paulista no ano de 2004.
Depois disso nos encontramos várias vezes, ele sempre leu meus livros e eu acompanhava seus corres e lembro dele se aventurando (ainda bem) pelo audio visual, recebia emails convocando pra filmagens de seus primeiros curtas.
Cacau Amaral é uma pessoa sincera, amiga e daqueles que tem o dom da disposição.
Hoje ele é um dos diretores do premiado "5X Favela - Agora Por Nós Mesmos", em cartaz nos cinemas.
Da um puta orgulho ver o amigo crescer, pra sabermos mais sobre esse momento especial na sua vida, entrevistamos ele com exclusividade para nossos Blog´s....
www.buzo10.blogspot.com
www.buzoentrevista.blogspot.com
www.nossocinemabr.blogspot.com
Por: Alessandro Buzo
Foto: Raoni


Cacau Amaral (a direita), em pré-lançamento do 5X Favela em São Paulo


Alessandro Buzo: Cacau Amaral, te conheci no Hip Hop, no grupo Baixada Brodher, qual sua ligação atual com o movimento ??
Cacau Amaral: Estou produzindo um CD chamado “O cinema é igual o rap”. Nele mostro o paralelo entre as duas faces de minha obra, pois da mesma forma que decidi fazer rap após ouvir “Hip hop cultura de rua”, decidi fazer filmes ao assistir os filmes da cultura “faça você mesmo”.
Fora isso, gravei recentemente a música Tensão, agressão, reconciliação, (http://www.myspace.com/cacauamaral) para o CD do Antizona, com outros 9 MCs cariocas; entre eles Slow, Dudu de Morro Agudo e Mr Boca. Em 5x favela, fiz questão de deixar a marca do hip hop, com vários grafiteiros cariocas nos intervalos das histórias e MV Bill assinando a música tema com Afroreggae.
Antes produzi a Lica, Soul Cris, Bia, Sandra MC e Charlene na música Guerreira que é guerreira nunca gela, do CD Mulheres do hip hop. É muito louco produzir cinco minas do Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Acre e tal. Fiz um loop, enviei pra elas fazerem a letra e gravarem com o Fábio ACM e MR Zoy. Depois eles me enviaram a capela e mixei em meu estúdio. O Resultado foi muito positivo. Acabei colocando na trilha sonora de meu filme Guerreiras do Brasil.
Também tenho feito muito rap pro cinema. Em 1 Ano e 1 Dia produzi um, além de colocar o Poder Consciente; e em Melhor que um poema produzi 11 raps, um para cada B.Boy que aparece no filme: Jagal, Reis, Gaúcho, e mais um montão.

Buzo: Você e seu grupo cantaram em 2004 no Itaim Paulista, no primeiro FAVELA TOMA CONTA ? O que lembra desse dia ?
Cacau Amaral: Lembro do Ferrez; do Nino Brown e principalmente da Giovana, que acolheu eu e Dmc na casa de seus pais. Mas a maior lição que tive nesse dia foi ver a molecada sentada no meio-fio lendo gibi da turma da Mônica e você falando sobre seu sonho de montar uma livraria. Parece que foi ontem. Tenho tudo isso filmado. Quem sabe a gente monta um documentário com essas imagens.

Buzo: Hoje o evento vai para 23a edição, como vê a importancia da continuidade ?
Cacau Amaral: Tenho muito orgulho de ter participado do primeiro Favela Toma Conta, ainda mais sabendo que ele continua rendendo frutos até hoje. Você é um guerreiro e merece todo sucesso do mundo. Os grupos ganham com isso por terem espaço pra se apresentar, mas quem ganha muito mais ainda é a comunidade, que tem a oportunidade de curtir música popular de verdade. E também de conhecer a literatura, começando cedo com gibis, migrando pros romances e fechando o ciclo, escrevendo.

Buzo: Como e quando teve o primeiro contato com o Audio Visual ?
Cacau Amaral: Quando gravamos o clipe Ataque verbal, em 2002.
Sempre sonhei com esse clipe e ao descobrir que ele custava muito mais do que poderia pagar, resolvemos produzir nós mesmos. Tinha muita gente boa na CUFA ajudando a gente: Miguel, Cacá, Godot, Dido, Dragaud. Esses caras mostraram o que é cinema pra gente. Minha intenção era só gravar o clipe. Não pensava em fazer filmes, mas fui fisgado pela arte. Afinal, o cinema é igual o rap.

Buzo: Qual foi seu primeiro documentário e que ano foi isso ?
Cacau Amaral: 1 Ano e 1 Dia.
É a maior realização de minha vida, depois de 5x favela. Foi logo depois do clipe. Pra produzir o clipe tivemos que estudar e estudar muito. Assistia tudo relacionado ao cinema brasileiro... soviético... Fiquei apaixonado pelos filmes de Vertov. Filmamos a festa de um assentamento e roteirizei o documentário na ilha de edição. Foi um dia de filmagem e oito meses de edição, porque não sacava nada do assunto. A única experiência havia sido o clipe. Aí o Rafael Dragaud me ensinou a fazer roteiro clássico pra ficção. Dividi todo material filmado em 12 passos, de acordo com o livro “O herói de mil faces”. Era o que tinha em mãos. Foi só pra mostrar pros amigos, mas acabei ganhando três prêmios: o primeiro na Mostra do Filme Livre, no Rio; o segundo no Festival da Unioeste, Paraná e por fim um prêmio internacional, na Mostra de Jovens Realizadores do Mercosul. Tenho muito orgulho desse filme. Hoje tive mais uma resposta positiva pra ele. Resisti durante cinco anos à mutilação de 1 Ano e 1 Dia, mas agora que o youtube aceita filme de 15 minutos, pude disponibilizá-lo na íntegra. Fiquei muito feliz, pois 12 horas após levantar o filme, mais de cem pessoas já haviam azssistido. O link é: http://www.youtube.com/user/cacaubaixada#p/a/u/1/_RtZU_Ig70A

Buzo: Imaginava chegar onde chegou ? Ter a visibilidade que o 5X Favela te deu agora ?
Cacau Amaral: Imaginava e imagino muito mais. Tenho o maior prazer em falar isso sem nenhuma arrogância, porque 5x favela é fruto de um trabalho longo, meu e de um montão de gente que nunca desistiu. Mas sei que esse não é o fim da linha. Muitos e muitos filmes virão. Temos muitas histórias pra contar ainda. Muitas histórias.

Buzo: Você assistiu meu filme "Profissão MC", o que achou dele ?
Cacau Amaral: Achei uma puta iniciativa. O mercado cinematográfico é restrito e isso não é exclusividade do Brasil. Tanto eu como você poderíamos cruzar os braços e colocar a culpa nos governos ou em outros cineastas, mas o mais coerente é correr atrás do prejuízo. Fazer um filme não é tarefa fácil pra ninguém, na periferia ou fora dela.
Profissão MC é mais uma obra de guerrilha, uma referência pra uma porrada de gente que poderá falar: Alessandro Buzo é um cineasta com a minha cara. Ele se veste igual a mim, tem os mesmos costumes que eu. Se ele pode eu também posso.

Buzo: Filmes nacionais que marcaram sua vida ?
Cacau Amaral: O mundo mágico dos trapalhões, Gangazumba, Carolina, Manual prático pra atropelar cachorro, Pixote, Durval discos, A ópera do malandro, O pagador de promessas, Cidade de Deus, Compasso de espera, O invasor, À meia-noite levarei sua alma, Os saltimbancos trapalhões.

Buzo: Baixada Fluminense ?
Cacau Amaral: Periferia é Periferia em qualquer lugar

Buzo: Periferia, existe um BOOM cultural, como vê a cena da cultura na periferia e o que destaca ?
Cacau Amaral: Há muito tempo as pessoas mais visionárias já perceberam que caminhamos para um futuro onde a única alternativa de sobrevivência será a tolerância. O passado nos mostrou que todo extremismo leva a consequências desastrosas. A hegemonia da cultura centralizada não tem trazido benefícios para as pessoas e por mais que certas mentes preconceituosas resistam em aceitar, a periferia aprendeu a viver em harmonia entre si. A falta de uma porrada de coisas que temos direito nos fez entender que a solidariedade não é apenas uma virtude, mas uma arma. Sem ela nunca teríamos chegado onde chegamos. Agora é a hora de dividirmos nosso conhecimento com nossos vizinhos do centro.
Dentro desse contexto destaco o hip hop que nunca se calou diante das atrocidades impostas à periferia. Se hoje o cinema colhe frutos desse boom, é porque vários malucos perderam noites e mais noites de sono difundindo essa cultura, primeira dentro da própria periferia e agora fora dela.

Buzo: Qual o seu proximo projeto no cinema ?
Cacau Amaral: Estou terminando um roteiro para o próximo longa. Quero contar muitas histórias sobre nosso país. Tem muita coisa que vemos e vivemos dentro e fora da periferia. Ela é um retrato 3 por 4 do Brasil.
Mas agora estou 100% dedicado a 5x favela. Tivemos a primeira consagração com a conclusão do filme, depois com a crítica – que adorou a obra. Agora é a vez da consumação com a presença do público nas salas e garantia de que virão muitos outros filmes. O público é a figura mais importante nessa história, pois fazemos o filme pra ele.

Buzo: Um ator brasileiro ?
Cacau Amaral: Lázaro Ramos.

Uma atríz, também brasileira ?
Cacau Amaral: Roberta Rodrigues.

Um diretor ?
Cacau Amaral: Cadu Barcelos. Fiquei muito impressionado com sua história no 5x.

Como foi ganhar prêmio com o 5X Favela, como foi o momento ?
Cacau Amaral: Estava sentado com o elenco assistindo a cerimônia de premiação quando anunciaram o primeiro prêmio de 5x favela, “Melhor filme pelo juri popular”. Fiquei doido. Corri pulando pro palco pra receber a estatueta e fizemos um discurso inflamado, como se fosse o último de nossas vidas. Sentei feliz páca e enquanto ainda me ajeitava no lugar, anuncia-se o segundo prêmio, “Melhor trilha sonora”. Depois foram o de “Melhor montagem”, “Melhor roteiro”, “Atriz coadjuvante”, “Ator coadjuvante” e o prêmio maior do festival: “Melhor filme pelo júri oficial”. Foi muito maneiro. Ficamos cansados de sentar e levantar sete vezes.

Buzo: Lançar comercialmente o filme, como tem sido as exibições de Pré-Estréia ?
Cacau Amaral: Antes mesmo de lançarmos o filme fomos selecionados para o festival de Cannes. Estava com muito medo da crítica daquele país, pois fizemos o filme pensando em nós mesmos. Não fazíamos ideia se nossas piadas funcionariam fora do Brasil, mas pra nossa surpresa fomos aplaudidos de pé por dez minutos.
No Brasil começamos com duas prés em São Paulo, ambas lotadas. A primeira com debate, onde percebemos que o púbico gostou muito do filme. Esse termômetro foi imprescindível para vermos que estávamos no caminho certo. Todos entenderam nossa mensagem. Depois foi a vez do Rio. Cinema igualmente lotado. De lá pra cá fizemos vários debates, no Cinecufa, Em O Globo, um só para professores. A cada bate papo sentimos mais e mais a sensação que fizemos um bom trabalho.

Um sonho ?
Cacau Amaral: Tenho muitos. Continuar fazendo filmes, lançar um novo disco de rap e contribuir com a educação cinematográfica do Brasil.

Buzo: Quem é CACAU AMARAL no dia a dia ?
Cacau Amaral: Prefiro deixar meus filmes falarem por mim.

Buzo: Considerações finais ?
Cacau Amaral: A melhor parte disso tudo é saber que minha obra a cada dia se aproxima mais e mais do que me propus a fazer desde o início. Seja no cinema, na TV, no teatro ou na música; o que mais importa pra mim é o conteúdo. E sempre que puder dar entrevistas pra meus irmãos e eles perceberem que contribuí pra que o Brasil fosse um país melhor para se viver, terá valido a pena.

* Se reproduzir, favor citar os créditos.


DMC e Cacau Amaral (formavam o Baixada Brothers), na cozinha da minha casa em 2004, no dia da primeira edição do evento "Favela Toma Conta" que acontecia no momento da foto, em frente da minha casa.
Foto: Arquivo

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domingo, 22 de agosto de 2010

Anota ai nossos endereços e contatos.....Espaço Suburbano do Itaim Pta e Livraria Suburbano do Bixiga..

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Um é comercial, mas realiza eventos para ser também cultural, na Livraria Suburbano Convicto do Bixiga, acontece o "Encontro com o Autor", "Suburbano em Debate" e a "Tarde de Autografos", além do SARAU SUBURBANO.
Na Livraria Suburbano Convicto você pode comprar livros (Especializada em Literatura Marginal), Cds, DVDs, Roupas, tomar uma cerveja, um refri.
Não deixe de visitar a livraria que mais agita eventos na cidade.
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Rua 13 de Maio, 70 - 2o andar - Bela Vista - São Paulo - SP CEP: 01327-000
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(11) 2569-9151

Nosso outro espaço é 100% cultural, aqui não vendemos nada, é tudo gratís pra nossa comunidade (Itaim Paulista) e região ...
O "Espaço Suburbano Convicto" ocupou as dependências da Casa de Cultura do Itaim Paulista, com apoio do Centro Cultural da Espanha.
Trouxe pra somar com o aque já rola na Casa......Uma biblioteca, sarau, cinema e 8 oficinas culturais.
Tudo 100% Gratís.
* A 10 minutos da Estação Itaim Paulista de trem da CPTM
Rua Barão de Alagoas, 340 - Itaim Paulista
São Paulo - SP
suburbanoconvicto@hotmail.com
www.buzo10.blogspot.com
(11) 2568-3329 ramal 26


* Tanto a Livraria, quanto o projeto do "Espaço" são idealizados pelo escritor e cineasta "Alessandro Buzo". E realizado pela Suburbano Convicto Produções.
(11) 2569-9151 (11) 8218-7512
suburbanoconvicto@hotmail.com

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entrevista com arte educadores do Espaço Suburbano Convicto, com vcs CACAU RAS

Alessandro Buzo inicia uma série de 8 entrevista com os arte educadores que estão trabalhando no "Espaço Suburbano Convicto" na Casa de Cultura do Itaim Paulista.
Pra começar um nascido e criado no bairro, que se formou e luta pelo coletivo, por uma quebrada melhor.
Saiba mais sobre o CACAU RAS


Cacau Ras durante sua oficina de Multi mídia

Alessandro Buzo: Quem é o Cacau Ras no dia a dia ?
Cacau Ras: Um cara tranquilo e parceiro pois acho que só assim podemos conseguir muitas coisas para nossa vida de um modo geral, trabalhando em conjunto ,

Desde quando mora no Itaim Pta ?
Cacau Ras: Nasci no Itaim Paulista e moro a 32 anos , só sai do bairro por problemas de saúde em 1998,por 1 ano mas minha casa é aqui.

O que você acha da cena cultural do seu bairro ?
Cacau Ras: A Cena cultural existe porém ainda não é forte, mas com grandes tendências ao crescimento, pois temos grandes idealizadores correndo junto pelo bairro neste momento

No que o "Espaço Suburbano Convicto" ajuda a fazer essa cena crescer ?
Cacau Ras: O Espaço ajuda pois é acolhedor, não se restringindo a algum estilo ou formação de ideias, lá todas as tribos são aceitas com isso gerando um intercambio cultural e diversificado, o Espaço funciona como um centro de convivência quando falo dos grandes idealizadores me refiro também ao espaço Suburbano Convicto.

Fale da sua oficina no "Espaço" ?
Cacau Ras: Bem minha Oficina Visa direcionar o uso das redes sociais como facebook, blogs,orkut,msn, Youube em prol da comunidade pelos adolescentes, aprendendo a usar as ferramentas digitais e equipamentos do uso diário comum como MP5 câmeras fotográficas etc...
São orientados como fazer o melhor uso e reconhecer os recursos que até então não havia sido explorado, com foco na Produção Hiperlocal ou seja de quem ta dentro, seja no aspecto político ,jornalístico ,Cultural e social, além disso aprendem a linguagem de Radio e Televisão nos 4 meses de Oficina para poder gerar conteúdo e postar nestas redes de relacionamentos sociais , fazendo com que a grande mídia se atente para o que temos na nossa região

Você é formado ? Em que ?
Cacau Ras: Sim sou Formado : Graduado em Radio e Televisão, Correspondente de Jornalismo hiperlocal pela Internacional Center for Journalists ( ICFJ )por MURALBRASIL atualmente cursando Pós Graduação em Cinema pelo Centro Brasileiro de Estudos da América Latina ( CBEAL).

Como você nascido e criado no Itaim Pta conseguiu se formar ?
Cacau Ras: Realmente não foi facil primeiro fiz escola Técnica Gratuita no Filomena Matarazzo, trabalhava olhando os carros da própria escola para poder pagar os custos com os estagios e compra de roupas brancas , mas me lembro que minha primeira peça de roupa branca foi doada por um brother o Junior ex- borboletinha do extinto programa da Mara Maravilha, muita dificuldadepassei neste epóca morte da minha mãe etc.. dai fiquei na Enfermagem por 9 anos, nesse meio tempo entrei na faculdade ,mas achei que faltando um ano para me formar teria de desistir , então vendi um carro velho que eu tinha e consegui concluir

Comente sua participação no filme "Profissão MC" ?
Cacau Ras: Minha participação acho que foi muito especial não no sentido de produção etc... mas sim na mensagem e na importância que meu personagem tem no Filme Resgatando o Protagonista Criolo Doido do mundo do Crime e dando oportunidade atráves da arte ,Especial para mim pois é minha realidade só a Arte e a Cultura resgata , sou muito grato a Alessandro Buzo

Qual seus endereços pessoais na internet ? twitter@cacauras
cacauras.multiply.com
miscigenamundi.blogspot.com
myspace.com/cacaurass
facebook.com/cacauras


3 destaques culturais do Itaim Paulista, não vale o entrevistador (Alessandro Buzo) ?
Dil Arts grafiteiro de primeira
Beto Guilherme músico
Julio Vibes (Tchapo) músico


Considerações finais ?
Cacau Ras: Transmitir o conhecimento para sua comunidade é algo ´primordial ,melhorar o seu entorno , gerando políticas locais e de valorização ,portanto se cada um de nós usarmos a internet e as ferramentas que temos que globalização nos permitiu podemos mudar tudo ao nosso redor ,
Não tenho pretensão de mudar o mundo,mas ajudar o meu mundo a minha comunidade as pessoas como eu,pobres simples, marginais,mas com a melhor das intenções e disposição pra dar e vender .Faça algo positivo pelo seu povo, para o seu povo.


Cacau Ras (primeiro da esquerda)

CONTATO: cacauras@gmail.com

sábado, 14 de agosto de 2010

Espaço Suburbano Convicto traz cultura ao Itaim Paulista

A (R)Evolução está apenas começando....Itaim Paulista, NÓIS Q TA !!!!



* Clique na imagem para ampliar.....

* VEM AI.............Entrevista com os arte educadores do "Espaço Suburbano Convicto"