quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Entrevista com Tubarão Dulixo, falando do seu primeiro livro...

Fotos: Alessandro Buzo e Evandro Borges Alessandro Buzo: Como foi finalizar 2014 lançando seu primeiro livro ? Tubarão Dulixo: Chapa...foi corrido tu tá ligado...mas aos 48 min. do segundo tempo saiu...tirei um peso das costas...várias pessoas estavam me cobrando esse trampo...então saiu como presente de natal pra eles todos...quem acreditou e quem gorou...agora é trampar ele... Buzo: Nos fale mais de "Viver Entre os Porcos Sem Comer da Lavagem" ? Tubarão Dulixo: É uma compilação de poemas...poesias...coisa nova...coisa antiga...mais ou menos o que venho recitando pelos saraus...algumas coisas exclusivas pro livro...somado a ilustrações de artistas que trombo pela rua...manos e minas que tive a honra de conhecer e ter junto nessa obra...Magrela...Quinho...O.P.N.I...Dingos...SIS...entre outros que vieram acrescentar esse bang...mó orgulho disso...rua né chapa...nas linhas e traços... Buzo: E o primeiro lançamento como foi ? Tubarão Dulixo: Porra o lançamento foi lindo...em casa...na livraria Suburbano...numa terça de sarau...vários amigos lançando seus trampos juntos...casa cheia pra caraio...meus parceiros do Marapé também colaram...ai que nós vemos o quanto nosso trampo é respeitado...isso é da hora mas aumenta a pressão...temos que manter o nível...a postura...mó responsa... Buzo: Poesia sempre foi presente na sua vida ? Como começou ? Tubarão Dulixo: A poesia tava sempre presente né?...faltava aprender a enxergar...por no papel já é outra fita...e isso veio no começo dos anos 90 quando fazia fanzine...Acorde e Descorde...era voltado pro movimento libertário e tal...já mandava umas poesias cheias de "porques"...rsrs...questionando tudo...depois que comecei a trampar em construção civil dei um tempo...era puxado demais...mas lia e escutava muita musica...voltei mesmo em 2007...incentivado por sua pessoa a ser colunista do seu blog literatura periferica...ai veio o contato com os saraus...todo aquele movimento em ebulição...me identifiquei...aprendi tambem muito...e hoje to ai pelos saraus do mundaréu...escrevendo...declamando...viciei... Buzo: E o Sarau Suburbano, que você apresenta... como vê a cena dos saraus ? Tubarão Dulixo: O Sarau é a escola né chapa...mais do que vitrine...é onde gosto de escutar...de saber o que as pessoas tão sentindo...passando...e o sarau suburbano tem a caracteristica de ser numa livraria...lugar pequeno...intimista...gosto de estar ali...na frente ou não...me deu a oportunidade de levar minha poesia a varios lugares...loja de conveniencia...cadeia...universidade...de ir pra fora do país...isso é louco...a cena dos saraus tá crescendo...hoje tem sarau todo dias de norte a sul...isso é bom...mas o movimento mesmo tem muito a caminhar em varios aspectos...mas tamo aprendendo todo mundo junto...na pratica...na marra...fecho com a cena... Buzo: Você é de Santos, nos fale da sua quebrada ? Tubarão Dulixo: Sou caiçara...de santos...marapé...lugar bom...que me tira aguas dos zoio quando falo dele...minha quebrada é berço de bamba...na humildade sem maldade como diz meu mano Akins Kintê...desde do funk com Duda do Marapé...Renatinho e Alemão... ao sambista Luiz Américo...o samba de roda do Ouro Verde...a escola de samba União Imperial e Real Mocidade Santista...quando to na baixada gosto de estar lá...com meus manos da CG...eles sabem o que é...e quem são...amo todos eles...minha familia vive lá...meu sobrinho cresce lá...um dia volto a morar lá...sossegadinho de quebradinha...rsrs Buzo: Hoje você mora no Bixiga em São Paulo, como é essa relação, capital, litoral.... ? Tubarão Dulixo: Bixiga é o lugar que aprendi a amar...vim pra SP em 95...morei em vários cantos...mas me achei mesmo foi aqui...quebrada no centro...me identifico pra porra...não vejo muita diferença do Marapé...fiz amizade por aqui...falta só a praia...mas isso nóiz mata a saudade quando desce a serra...que também é aqui do lado...gosto de viver entre aqui e lá...um completa o outro... Buzo: E a DULIXO, seu projeto com arte reciclada, nos fale mais ? Tubarão Dulixo: A dulixo tá firme e forte...meu atelie se fixou no bixiga e as oficinas e intervenções seguem por ai...no mesmo esquema onde chamarem tamo colando...fazendo arte com lixo com jovens...crianças...adultos...qualquer idade...materializando as poesias...ensinando e aprendendo a fazer arte... esse ano que passou fiz bastante coisa...quero dar continuidade em 2015 e conseguir levar essa ideia de transformar lixo em arte para outros cantos que não fui ainda... Buzo: Ano novo, livro recém publicado nas mãos, expectativas pra 2015 ? Tubarão Dulixo: Trabalhar chapa...quero trabalhar...tava vendo geral comemorando que esse ano tem feriado prolongado pra porra...to poucas pra isso...quero mais é que me chamem para trampar em todos...quero viajar...levar minha arte por ai...conhecer...aprender...produzir...escrever...tem várias ideias em parceria com pessoas maravilhosas e talentosas que a arte me proporcionou conhecer...tenho certeza que vem coisa boa por ai...mas em resumo quero fazer arte... Buzo: Considerações finais ? Tubarão Dulixo: Gratidão...a todos...um por um...quem veio pra somar e quem veio pra dividir...aprendo a viver sem comer da lavagem com vocês...

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