domingo, 28 de fevereiro de 2016

Entrevista exclusiva com o Grupo Primeiro Ato.

O Grupo de Rap "Primeiro Ato" lança novo CD e corre atrás do sonho de todo artista, viver da própria arte, enquanto isso não acontece, seus integrantes dividem o tempo entre o grupo, shows e os trabalhos paralelos.
Alessandro Buzo conversou com o Gordinho, veja as novidades do Primeiro Ato



Alessandro Buzo: Nos fale tudo do novo CD ?
Gordinho:
Esse CD trouxe pra gente uma forma de achar o amadurecimento que o rap precisa antes de começar a gravar um CD, fomos atrás de estudar letra por letra, os produtores e tentar de alguma forma trazer a essência que o rap precisa.


Buzo: O que esperam alcançar com ele ?
Gordinho:
A ideia é o reconhecimento, a esperança de viver da musica, mais sabemos também que é muito foda, ainda mais independente sem um apoio estrutural por trás da gente.


Buzo: Desde quando.... de onde são os integrantes e quem são eles ?
Gordinho:
Luiz Fernando (Zona Norte, Pq Edu Chaves) Eu (Gordinho) e o Cleber (Zona leste, Carrão), estamos juntos desde 2010.


Buzo: Nos fale do momento do grupo, o que tem feito ?
Gordinho:
Estamos na fase de divulgação do CD, acabamos de lançar um Vídeo Clipe, fazendo os corres dos shows, muitos não remunerados, mais muito bom pra divulgar o trampo.


Buzo: Áudio visual ?
Gordinho:
Dois vídeo clipes produzido pelo Vras 77


Buzo: É complicado manter a vida normal (trabalho, família) e um grupo de RAP, quando não se vive só da carreira musical ? O que vcs fazem paralelo ?
Gordinho:
Muita Treta Buzo e muita duvida também no que realmente arriscar, é um dilema foda, se você arrisca na felicidade e pode se arrepender ou vive na frustração de dar prioridade no trampo e não ter tentado, hoje eu trabalho num trampo bom, uma multinacional muito bem estruturada aqui no Brasil, o Luiz tem o trampo dele no Bradesco e o Dj Cleber é supervisor de uma empresa de auxilio dos shoppings center.


Buzo: Parceria com o Cascão do Trilha.... como funciona ?
Gordinho:
Cascão é divisor de águas do Primeiro Ato, existe o antes e o depois, sempre tive uma admiração pelo trampo do Cascão desde da primeira vez que passou favela sinistra na 105FM, e hoje poder compartilhar palcos com ele é sensacional, ele ajuda a gente em tudo desde uma produção do som, até um problema pessoal que venha ter seja na família, trampo etc. Mais sempre deixando bem claro que temos que ganhar nossa identidade, um cara verdadeiro mesmo e justo.


Buzo: Ser independente no Brasil é ?
Gordinho:
Complicadíssimo


Buzo: Referências musicais pro grupo ?
Gordinho:
James brown, Marvin, Tim Maia, Tião Carreiro e Pardinho, Ze Canhoto e Robertinho, musica Caipira em geral ( rimas caipira foda ), na cena atual do Rap nacional em geral, sempre aprendendo.


Buzo: Projetos pra 2016 ?
Gordinho:
Trabalhar bastante no CD, só assim pra conseguir os objetivos.


Buzo: Um salve pra quem vai ler a entrevista....
Gordinho:
Muito obrigado pelo espaço Buzo, sem demagogia mais você sabe a admiração pela sua pessoa e sua família também que sempre nos recebeu tão bem, a rapa que nos acompanha pela internet, shows e que de alguma forma contribui com a esperança de dar certo, a rapa que cola no blog satisfação mesmo vocês mantém a cultura viva.

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Fevereiro/2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

ENTREVISTA COM AUTORES DE LIVRO SOBRE LITERATURA MARGINAL.

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4 dos principais pesquisadores da Literatura Marginal se reúnem em livro exclusivo de entrevistas...
Entrevistamos um dos autores, falando pela OBRA, com vcs Érica Peçanha.
Vamos saber um pouco mais da OBRA e convidar pro lançamento na terça, 23/2/16 no Sarau Suburbano.
Por: Alessandro Buzo



Alessandro Buzo: Nos fale do livro POLIFONIAS MARGINAIS? Quem teve a ideia? Como foi o processo?
R:
A história desse livro começou com a Lucía Tennina e o Mário Medeiros, que tiveram a mesma ideia de organizar um livro com entrevistas e entraram em contato para sondar minha opinião. O curioso é que eles não se conheciam (ainda hoje não se conhecem pessoalmente), mas ambos são amigos que fiz em função dos nossos interesses de pesquisa. Então, cogitei que seria bom apresentá-los e fazer com que desenvolvessem o projeto juntos. E eles não apenas gostaram da sugestão, como também, generosamente, convidaram a mim e a Ingrid Hapke para fazermos parte dessa empreitada.

Buzo: É um livro de entrevistas? Como assim?
R:
É uma obra que reúne algumas entrevistas que nós quatro realizamos para as nossas pesquisas de pós-graduação, que estão ligadas a diferentes áreas do conhecimento, mas têm em comum a discussão da presença de escritores negros e periféricos na cena literária contemporânea. As entrevistas foram editadas e distribuídas em quatro capítulos, um para cada pesquisador/a: Sistema literário, ativismo político-cultural negro e periférico (Mário Medeiros), Trajetórias, atuação e produção cultural (Érica Peçanha), Das teorias periféricas (Ingrid Hapke) e Saraus: poesia, gestão e território (Lucía Tennina).
Os títulos se referem às temáticas amplas de cada capítulo, mas é importante dizer que a estrutura do livro foi organizada como um bate-papo, a partir do qual colocamos os entrevistados para conversar, direta e indiretamente, sobre assuntos como trajetórias sociais, influências literárias, formas de classificação da produção, recepção e reconhecimento das obras, inserção no mercado cultural, relação com leitores e financiadores, presença das mulheres na escrita, engajamento político-cultural, saraus, negritude, periferia etc.

Buzo: Mário Medeiros, Érica Peçanha, Ingrid Hapke e Lucía Tennina, são os autores ... podemos dizer que é o quarteto fantástico dos pesquisadores da Literatura Marginal?
R:
Podemos dizer que são quatro pesquisadores, entre tantos outros, interessados em refletir sobre o lugar de grupos socialmente marginalizados na literatura brasileira. Possivelmente, alcançamos alguma projeção acadêmica porque eu e Mário publicamos livros resultantes de nossos trabalhos (Vozes marginais na literatura e A descoberta do insólito), e Lucía e Ingrid são pioneiras em levar essa discussão para a América Latina e Europa, além de serem tradutoras da literatura periférica. Também nos tornamos pesquisadores conhecidos nos diferentes espaços de fomento e circulação das produções literárias que estudamos porque estabelecemos laços de amizade com muitos daqueles que foram sujeitos de nossas pesquisas, em função da admiração, respeito e compromisso ético que temos para com esses produtores culturais.

Buzo: Os autores são de Berlim, Buenos Aires, Campinas e São Paulo, como vocês se reuniram, a distância influenciou de alguma forma?
R:
O livro foi construído, inteiramente, por meio virtual. Mas a distância só interferiu no tempo que levamos para terminá-lo, porque cada um de nós está num canto do mundo, dedicando-se a atividades diversas. No mais, todo o processo foi realizado de maneira coletiva e colaborativa.

Buzo: São 34 entrevistados, como os autores dividiram isso?
R:
Tivemos como ponto de partida as entrevistas que cada um fez para suas pesquisas de mestrado e doutorado, de modo que o livro abrange produtores culturais que se mostraram disponíveis e dialogavam com as preocupações centrais desses trabalhos, à época em que foram feitos.
Como são pesquisas concluídas entre 2006 e 20015, optamos por publicar conteúdos que se mantém relacionados e coerentes com as trajetórias de cada poeta ou escritor. Além disso, selecionamos entrevistas e temáticas que foram menos exploradas em nossas dissertações e teses, até para o livro ofereça um teor novo para quem já conhece as narrativas desses produtores culturais ou mesmo os nossos trabalhos.

Buzo: Considerações finais e convida galera para o lançamento no Sarau Suburbano dia 23 de fevereiro, quando você(Érica Peçanha e o Mário Medeiros vão estar presentes.
Érica Peçanha:
Agradecemos, imensamente, pelo convite e oportunidade de estarmos no Sarau Suburbano para fazer o primeiro lançamento dessa obra - infelizmente, sem a presença física de Lucía Tennina e Ingrid Hapke.
Ficaremos muito contentes em (re)encontrar entrevistados, amigos, familiares e interessados pelas literaturas negra, marginal e periférica nessa data.



Dia 23/02/16 - A partir das 19h30 (em ponto), abriremos o Sarau Suburbano com os autores falando da OBRA, 20h o sarau em si.....

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Entrevista exclusiva com o Grupo de Rap Klandestinos de Hortolândia, interior de SP.

Grupo Klandestinos, na estrada desde 2009, acaba de lançar seu novo CD "Os Sonhos não Envelhecem", vamos saber mais da caminhada do Klandestinos e um pouco desse novo trabalho.




Alessandro Buzo: Nos falem desde quando está no corre o Grupo Klandestinos ?
R:
A formação do grupo Klandestinos ocorrida em 2009 se deu com a
minha saída do Grupo Inquérito eu fiquei uns 2 anos sem fazer musica,
mas quando está no sangue não tem jeito, foi então que iniciamos o
processo de gravação do CD "Quem tá cum nóis" que saiu em 2011, Já o
Snake se desligou do Grupo Ndee Naldinho em 2010, como moramos na
mesma cidade a aproximação se deu de maneira natural, o Douglas é um
cara muito talentoso, excelente letrista que buscava uma oportunidade,
então o convidamos para fazer do grupo, e o DJ Davi dispensa
apresentações é um cara muito bem quisto no mundo da musica, apesar do
Know-how é um cara simples, humilde que se interessou pelo projeto do
Grupo Klandestinos e abraçou a causa.


Buzo: E esse novo CD "Os sonhos não envelhecem", o que ele traz ?
R:
Trás letras de resgate a autoestima, com um pouco da experiência de
cada integrante já considerados pessoas com uma certa bagagem musical,
como influencias discográficas, trás a sutileza e a musicalidade do
R&B -Rhythm and Blues, o Pop Rock Nacional dos anos 80, a influencia
do hip hop contemporâneo, e por ai vai, buscamos navegar por diversas
fontes com o intuito de buscar a musicalidade. Em suma o disco trás
uma auto avaliação, e uma afirmação de que mesmo o tempo passando
rápido e os nossos corpos envelhecendo,os nossos sonhos permanecem
vivos, daí o titulo "OS Sonhos não Envelhecem"


Buzo: Podemos dizer que o grupo é de Hortolândia, interior de SP, uma cidade
com tradição no cenário do RAP ?
R:
Sim estamos no eixo tradicional do rap no interior de São Paulo, a
região metropolitana de Campinas, formada por diversas cidades já
expôs nomes com trabalhos consistentes no cenário musical, são grupos
renomados como Sistema Negro, Visão de Rua, Face da Morte, Realidade
Cruel, Inquérito, Mentes, Gregori, Sacramento entre outros.
Tivemos a felicidade de dividir palcos com alguns deles no decorrer da
nossa carreira, e a sensação é indescritível, vejo que somos
privilégiados e tenho a certeza de novos nomes (com novas influencias
e afirmações) surgirão nos próximos anos.


Buzo: O DJ Davi Frias é de Diadema, porque um DJ de outra cidade ? Como faz
nos show´s e pra ensaiar ?
R:
O Davi é um cara ímpar, talentoso, conhecedor e apreciador da boa
musica, o ingresso dele no grupo ocorreu com naturalidade e pela
identificação entre as partes, então vale muito a pena este esforço,
sim, tem um custo de deslocamento de Hortolândia até Diadema para os
ensaios e apresentações, mas a qualidade que trás a apresentação é um
diferencial, o Grupo Klandestinos preza pela qualidade e isso
justifica a distância. Lembrando que as nossas atividades são
conjuntas então nós fazemos os corres aqui e ele faz os corres lá, o
Davi representa muito bem o Grupo Klandestinos.


Buzo: Muitos grupos não sobreviveram ao tempo.... como vcs fazem pra estar
tanto tempo na ativa ?
R:
Em primeiro lugar amor por aquilo que fazemos, amor a música, amor
ao Hip Hop, amor as pessoas e um pouco de militância também. A
concorrência é grande então precisamos nos reinventar constantemente,
formar alianças fortalecer o ciclo e seguir em frente. O caminho da
auto suficiência não está longe, é preciso buscar alternativas e se
inserir. A meta é o progresso mas o compromisso é com a periferia é
com a nossa gente. Ver no compromisso musical do Grupo uma
alternativa, um apoio a nova geração, isso nos faz querer sempre mais,
talvez isso explique a longevidade do grupo no segmento.


Buzo: Mídia e RAP, como vcs vêem essa questão ?
R:
Natural, é preciso saber usá-la, no mundo globalizado as mídias
representam a porta rumo ao sucesso, trabalhos que não são expostos,
enfrentam um pouco de dificuldade para se tornar uma realidade, é
preciso de adequar, nós vivenciamos uma época em que as rádios eram os
maiores meios de difusão da musica, hoje o cenário é bem diferente e
as rádios acabaram perdendo com essas nossas concorrências.
Acho lindo ver o Rael no programa da Regina Casé, ver o Emicida no
Altas Horas, isso é um passo que deveria ter sido dado nos anos 90,
precisou aparecer uns caras com sede de novos desafios, vale lembrar
que se prepararam e estão representando a cultura mundo a fora. A
gente reclama que nosso povo é alienado pelas grande mídias, mas não
nos propusemos a expor nossos trabalhos na midias de massa.
Acho o momento muito favorável, propicio para esse avanço.


Buzo: Um momento importante que vale a pena destacar, na trajetória do grupo ?
R:
Cada integrante tem uma história, o Snake ganhou disco de ouro no
Ndee Naldinho foram 23 anos de parceria então foram muitos momentos
marcantes, o Davi já discotecou para diversos nomes do rap nacional,
eu tenho um caminhada já fiz participações com o Realidade Cruel, com
o Face da Morte e ganhei o prêmio Hutuz com o Grupo Inquérito e o
Douglas que também já passou por muita coisa no mundo da musica, mesmo
com toda essa bagagem eu vejo como um momento ímpar para o grupo
quando recebemos o reconhecimento do Ministério da Cultura - Funarte,
que subsidiou este novo trabalho e propiciou esta nova experiência,
vejo esse momento como um divisor de águas nas nossas carreiras.


Buzo: Em março vcs autografam o CD novo no Sarau Suburbano, qual a expectativa ?
R:
O Sarau Suburbano é tradicional, um ambiente que exala cultura e
repleto de pessoas carregadas de boas energias que procuram cultura
que consomem cultura a todo momento, estivemos em 2012 no sarau e
fomos super bem recebidos a noite foi super agradável, quem for ao
sarau dia 22/03 com certeza irá compartilhar de um ambiente salubre e
saudável, carregado de cultura deste de a porta de entrada até a
saída, será uma noite de confraternização, espero vocês no sarau
Suburbano Convicto no dia 22/03, venha vivenciar este momento
maravilhoso conosco.


Buzo: Acha que o RAP e a cena dos saraus devem caminhar juntos ?
R:
Sem dúvida nenhuma, o sarau é um ambiente democrático salubre onde
toda contribuição é bem vinda, essa soma de esforços contribuem para a
cultura como um todo, é lindo ver um recital de um poema de cordel por
exemplo, isso nos mostra o quanto o povo tem sede de cultura e tem
muito a contribuir com a exposição de suas expressões, quanto ao Rap,
o Rap é poesia e poesia é o rap.


Buzo: Considerações finais ?
R:
O grupo Klandestinos agradece primeiramente a Deus, a todos que
direto ou indiretamente contribuem ou já contribuíram com o nosso
trabalho, agradecer a generosidade do povo brasileiro, que sabe
reconhecer a nossa dedicação e vem abraçando a nossa causa, e ouvindo
o nosso trabalho. Ao grupo ARJA que uma instituição que atuo como
Assistente Social e Gestor de Projetos Culturais, agradecer ao
Ativamente (um movimento ao qual faço parte) que vem mostrando que a
juventude tem voz ativa, ao Nação Hip Hop que é uma organização que
também tenho um carinho especial, o Beto Teoria o Daniel (Ordem
própria) Raisule (Salto) ao Mano Ed (Face da Morte) por se empenharem
na divulgação deste trabalho, ao Markim da Smurphies, O DJ Chokolaty e
a Cláudia Maciel do DF, meu mano Cahegi, Negro Davi e Dj Branco de
Salvador, o pessoal do portal Polifônia Periferica, Os manos de
Goiânia que vem difundindo o nosso trabalho, o Dj Kalando da Rádio Rap
Nacional de Florianópolis, Hot Black de Aracaju, o pessoal da rádio
Heliópolis, o pessoal da 105 (espaço Rap) em especial ao Fábio Rogério
que vem nos ajudando nesta empreitada, tem muito mais gente nesta
lista mas ficará bem extensa então meu sinceros agradecimentos de
coração.
Esperamos todos no sarau Suburbano Convicto dia 22/03.
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