sábado, 1 de dezembro de 2012

Entrevista com Kamau.

Especial entrevistas 4/10
Alessandro Buzo: Começo a entrevista querendo saber "TUDO" sobre o seu novo trabalho "ENTRE" ? Kamau: O "... ENTRE ..." é um EP que surgiu desde que terminei o Non Ducor Duco em 2008 mas só agora chegou no formato que eu queria. É um trabalho onde eu experimentei mais musical e e poeticamente. Muito disso se deve ao que venho aprendendo de 2008 pra cá e ao Renan Samam que trabalhou diretamente comigo na confecção deste. Tenho muito orgulho desse EP.
Buzo: Quando surgiu a idéia de ter a poesia de Emerson Alcalde no albúm ? Kamau: Eu o vi num Sarau Suburbano, se não me engano. Desde que o vi recitando "A Massa" eu me interessei pelo jeito com que ele lida com as palavras e achei que ele seria um bom anfitrião pro EP. E gostei muito do resultado. Trabalharemos mais juntos. Buzo: E o NON DUCOR DUCO, o que representou na sua vida e carreira ? Kamau: O Non Ducor Duco é meu primeiro passo solo, mesmo eu já tendo lançado a Sinopse. Sempre fiz parte de algum coletivo ou grupo desde que comecei no rap. Fazer um disco todo com conceito, refrões, sonoridade e identidade era um desafio pra mim e eu sinto que fiz a coisa certa com esse trabalho. É meu divisor de águas. Buzo: Lembranças das Batalhas de Mc´s ? Kamau: A rapidez de pensamento, saber lidar com a derrota e não se emocionar com as vitórias. Foi um ótimo processo de aprendizado. Mas nunca foi meu foco, devo dizer. Mas foi uma boa escola, sem dúvida. Buzo: Muitos MC´s de sucesso hoje na cena, te citam como referência, como é ser essa referência ? Kamau: Pra mim é lisonjeiro pois minhas referências ainda estão tão próximas e ativas. Sinto que trilhei o caminho certo e várias pessoas cruzaram esse meu caminho. Fico orgulhoso dos que pude acompanhar de perto e agradeço os que tomam minha caminhada e meu modus operandi como parâmetro. Buzo: Qual foi a sua escola de Hip Hop, onde e quando disse: - Isso que eu quero pra mim ? Kamau: Eu venho observando há muito tempo. Ainda tô na escola no que se refere ao Hip Hop como um todo. Com 12 anos eu conheci o rap e decidi que a música seria parte da minha vida mas não me atrevi a fazer parte dela. Observando de perto Racionais, Posse Mente Zulu, DMN, MRN. Ouvindo Public Enemy, NWA, De La Soul, Boogie Down Productions, A Tribe Called Quest, De La Soul, Gangstarr. Foi assim que cresci. Até que um dia o KL Jay perguntou sugerindo: Por que você não rima? E eu tô respondendo essa pergunta até hoje. A ele devo agradecer por despertar essa ideia em mim. Sempre. Buzo: Artistas como Emicida, Criolo e outros, estão levando o RAP pra outros lugares além da quebrada, qual a importância de abrir esses espaços ? Kamau: A importância é mostrar nosso ponto de vista pra pessoas que não tem noção de como algumas coisas acontecem. E, com isso, fazer com que os que são como nós sejam respeitados nos diversos lugares em que vão. Isso ainda não acontece mas creio que essa seja uma intenção que muitos de nós temos em comum. E, é claro, a aceitação da nossa música como parte importante da cultura no geral e a valorização dos artistas do RAP. Buzo: Como você enxerga hoje a mídia do Hip Hop (revistas, sites, TV) ? Kamau: Antigamente eu via os sites mais ativos e antenados. Hoje muitos podem ter seus próprios sites mas já não os vejo tão atuantes como era... Na TV temos em SP o Manos e Minas dentro de uma emissora de âmbito estadual e alguns outros programas regionais. Já estivemos melhor. Mas espaços estão sendo encontrados e voltaremos a falar pelo país todo. Buzo: E o nome KAMAU, vem desde quando, como surgiu ? Kamau: Foi um nome que escolhi de um livro que tem na casa do KL Jay. Quando vi o significado eu gostei e escolhi pra ser meu codinome de MC. Buzo: Plano Audio, o que vem a ser ? Kamau: Plano Audio é o selo com o qual assino meus trabalhos. Espero um dia expandir e trabalhar com mais pessoas. Buzo: Um grande momento na sua carreira ? Kamau: 23 de agosto de 1997: Segundo show do Consequência, abrindo o show do Thaide e DJ Hum na festa de 5 anos da Truck's Discos 20 de novembro de 2009: Show no dia da Consciência Negra na Praça da Sé com uma chuva muito forte e meu pai presente na platéia. Buzo: Quais suas referência, Sr. referência ? Kamau: KL Jay, Brown, Edi Rock, Rappin Hood, Eliefi, Parteum, Emicida, Rashid, Daniel Ganjaman, DJ PR!MO, DJ Erick Jay, DJ Nyack, DJ Marco e mais alguns de fora. Tenho muitas referências e elas se renovam a cada dia.. Buzo: Quando está de folga, o que gosta de fazer em São Paulo ? Kamau: Comprar disco, andar de skate, tomar um mate e conversar com os amigos... Buzo: Com quem ainda espera fazer um som um dia ? Kamau: Mano Brown, Dexter, MV Bill, Marcelo Camelo, Seu Jorge. Buzo: Um filme ? Kamau: Duro Aprendizado Buzo: Um ator ? Kamau: Denzel Washington Buzo: Uma atriz ? Kamau: Nia Long Buzo: Um livro ? Kamau: Malcolm X, Jay-Z -Decoded Buzo: Um sonho a realizar ? Kamau: Constituir família e sustentá-la com a música Buzo: Considerações finais ? Kamau: Obrigado Buzo pelo espaçø dado à cultura e pelo fortalecimento que proporciona a ela. Que surjam mais ativistas da arte como você pra sermos cada vez mais fortes.
Assessoria de imprensa: giselecoutinho@gmail.com

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Entrevista exclusiva com TERRA PRETA.

Especial entrevistas 3/10
Terra Preta mora a mais de uma década no bairro do Grajaú, no extremo da zona sul de São Paulo. Nessa entrevista exclusiva ao BLOG do Alessandro Buzo, Terra Preta fala da sua carreira. Confira...... agora.
Alessandro Buzo: Quem te batizou TERRA PRETA? Terra Preta: Na época que fui chamado de Terra Preta pela primeira vez foi numa situação muito desconfortável para o negro. Isso foi motivo de escárnio. Era na 3º Série e a professora falava sobre os tipos de Terra no solo brasileiro. Quando virou motivo de piada. Era a crueldade e o racismo dos anos 90. Eu me sentia ofendido. Foi quando um dia li Malcom x e minha visão mudou completamente. A Partir daquele momento usei o que era piada como orgulho. Buzo: Grajaú, fale da sua quebrada? TERRA PRETA: Sempre olhei Minha quebrada como uma cidade a parte em são Paulo. Temos nosso jeito de falar de agir. Não nasci aqui. Moro há 12 anos. Sou filho adotado. Mas nesse lugar que conheci o Rap, que fiz as melhores amizades da minha vida, comprei minha primeira casa. Já era pra eu ter me mudado há muito tempo pros dados do centro por causa dos trampos. Dizem que tudo fica mais fácil e ao acesso as coisas melhora, mas eu tenho uma relação especial com esse lado da cidade e por enquanto to muito feliz por aqui. Buzo: Você promove hoje um evento na quebrada, fale dele? Terra Preta: A zona sul é berço do Rap. A maioria dos grandes nomes do Hip Hop vem daqui desse lado. No entanto nos últimos 6 anos o rap deu uma queda brusca, um baque enorme. Perdeu a moral na quebrada. As pessoas perderam interesse e não teve uma reciclagem no movimento. No início de 2012 tive uma reflexão sobre o quanto nosso bairro já foi atuante expressivo nessa area. Tínhamos shows em toda a parte. Só aqui no grája eram cerca de 50 grupos de Rap nos meados dos anos 2000. A festa "Zona Sul, Zona Show" - Frase da Música do Sabotage serviu de inspiração para organizarmos essa festa que resgata esse sentimento que já tivemos. Dando a chance de novos grupos mostrarem sua cara. Por isso realizamos duas edições. Uma edição é gratuita com grupos locais na quebrada e outra conta com atrações de nome na cena. Já trazemos Dj Kl Jay, Mc Marechal, Rincon Sapiência e até vertentes de outros estilos como Samba e Funk/pancadão. Buzo: Do Grajaú surgiu o grande sucesso CRIOLO, você chegou a cantar com ele, como vê o sucesso que ele, vindo do Grajaú alcançou? Terra Preta: Ele sempre foi um batalhador. Apesar que por durante quase 10 anos não teve direcionamento algum no trabalho. Fazia tudo de qualquer jeito ou do jeito que dava. Na época que ele estava no Bairro as coisas estavam muito difíceis. Graças a pessoas que entraram em sua vida as coisas tomaram um rumo diferente e hoje ele é esse monstro. Mas o sucesso dele não se deve ao Grajaú. As pessoas daqui não valorizaram ele o quanto deveria. Acho que está perfeito assim. Ele é um artista multifacetado, com um talento e cativa as pessoas de uma forma incrível, é universal. Mas é uma boa referencia de perseverança, pra quem é do Grája e ta chegando agora. Buzo: Em 2008 você participou do Programa Astros do SBT, qual foi a importância dessa participação? Terra Preta: Serviu pra me mostrar que eu posso muito mais do que imaginava. Buzo: Milionário em Treinamento foi seu disco em 2010, trouxe os resultados esperados? Terra Preta: Na época não. Mas dois anos após o lançamento as pessoas me param e dizem: "Essa mixtape é um clássico". Alí naquele disco pude introduzir o que de fato é o Terra Preta Musicalmente. Um cara desdobrado que consegue manter a direção do trabalho mesmo usando de vários estilos diferentes numa música. Tenho consciência de que meu trampo é diferente de qualquer coisa que tem no mercado. No momento que fiz essas músicas passava por uma prova de fogo, sabia que poderia causar um impacto negativo e não seria fácil continuar. Mas fiz o que tinha que ser feito. Em um ano e seis meses vendi de mão em mão mais de 7.000 cópias. Fui pela primeira vez para vários lugares do Brasil e a Mixtape me deu força para produzir mais 3 discos. Foi um ponta-pé inicial Buzo: Clipe Crises, como foi esse trabalho? Terra Preta: Coisa de louco. Conheci o Toddy Ivon num dia que sai pra vender discos na rua. Naquele momento batemos um papo ele tentou me mostrar o que tinha de trabalho, mas não rolou. No final do rolê, nos encontramos de novo e acabou me dando uma carona, criamos uma afinidade na conversa. Uma semana depois saímos para as ruas. Sem roteiro sem nada. Somente captar algumas idéias e registrar aquele momento. Acontece que ali descobri um gênio dos videos. Foi o primeiro clipe dele. Depois desse continuamos a saga. Buzo: Comente seus outros clipes, depois do Crises? Terra Preta: Foi a consequência de uma sinergia. Todos os outros foram num esquema muito parecido com crises. Tínhamos um surto e criávamos uma situação. Na época o Toddy se dedicou pra fazer videos e eu estava contente com essa nova experiencia. Tudo isso gerou uma situação em que estavamos confortáveis e criativos. Depois trabalhei com outras pessoas. Meu último video "Nasce, Cresce e Morre" foi dirigido por Paulo Chun. Buzo: Seu site (www.terrapretafiga.com) traz Downloads de suas músicas, qual a importância da WEB na sua carreira? Terra Preta: Minha plataforma de comunicação. É o lugar que gasto mais tempo depois do estúdio. Não sou muito fan das redes sociais por que te obrigam a expor sua vida de uma forma muito escrota. Mas faz parte do trampo. Geralmente eu gasto esse tempo interagindo com os fans e falando sobre novidades... Buzo: Quando está de folga, o que gosta de fazer em São Paulo? Terra Preta: Geralmente não têm folga. Não gosto de folga nem de feriado. Gasto todo meu tempo me aperfeiçoando. Gravo muito. Quando Paro são poucas as opções. Assisto um bom filme pra relaxar, Saio pra correr Ou vou pra casa do Meu mano Esze pra falar de música. Quando estou adiantado nos trampos vou em alguns sarais. Samba da comunidade, baile funk tanto faz... Buzo: Com quem ainda espera fazer um som um dia? Terra Preta: Talvez dia desses aí eu apareça cantando com um Jay z ou Um Seu Jorge da Vida... Eu nem me deixo ser surpreendido por essas coisas. Nem ando ansioso por algo assim. Já trabalhei com a maior parte das pessoas com quem tive o sonho de um dia ao menos apertar a mão. Buzo: Um filme? Terra Preta: Forest Gump - O contador de Histórias Buzo: Um ator? Terra Preta: Adam Sandler. Buzo: Uma atriz? Terra Preta: Beyoncé. Buzo: Um livro? Terra Preta: O menino no espelho - Fernando Sabino Buzo: Um sonho a realizar? Terra Preta: Já realizei meu principal sonho que é viver do que gosto. Meu sonho maior é tornar isso louvável e duradouro. Quero que este trabalho ganhe cada vez mais forças e me torne uma pessoa cada vez melhor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Entrevista exclusiva com MC Rashid.

ESPECIAL ENTREVISTAS 2/10 Rashid é um dos grandes nomes da nova geração do RAP. Com uma EP e 2 MIXTAPE nas pistas, média de 8 show´s por mês e viajando pelo país, Rashid tem planos de crescer ainda mais em 2013. Nessa entrevista exclusiva pro Alessandro Buzo, Rashid fala qual são os seus planos e projetos.
Fotos: Serjão Carvalho/Divulgação Alessandro Buzo: No tempo que sua mãe nem deixava vc ouvir rap.... imaginava que anos depois seria um artista do RAP, fazendo vários show e tudo mais ? Rashid: Nessa época eu já sonhava com isso, sonhava muito. Mas sinceramente, quando você vê acontecer, você percebe que nem você acreditava que era possível. Buzo: Porque isso aconteceu ? Vc querer fazer RAP e ter dado certo na cena ? Rashid: Se tornou mais que um estilo musical pra mim, desde a primeira rima que ouvi. Virou meu estilo de vida e em pouco tempo, virou meu sangue, meu alimento e meu vicio. Talvez por isso eu tenha me dedicado tanto (e continuo) e tenha dado certo. Buzo: Quantos show em média faz por mês ? Rashid: A media é 8. Mas já chegou em 12 nos meses mais pesados. Buzo: Quais os estados fora de SP que já cantou ? Rashid: MG, RJ, Bahia, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Santa Catarina, DF, Rio Grande do Sul, Goiás e Paraná. Perdão se eu estiver esquecendo de algum. Buzo: O futuro é o mundo ? Rashid: Se Deus quiser... Tamo trabalhando pra levar nossa música ao maior número de pessoas possível. Buzo: Como foi fazer trilha sonora da NBB no Sportv ? Rashid: Loko! Foi num momento crucial, bem no começo. Me deu confiança pra investir forte também. Buzo: HORA DE ACORDAR, o que esse EP mudou na sua vida ? Rashid: Tudo. Mostrou minha cara pras pessoas, me deu um nome e um espaço na cena. E uma agenda de shows, é claro. Buzo: Fale dos seus EP´s ? Rashid: Na verdade apenas o primeiro é um EP, os outros 2 são mixtapes (Dadiva e Divida, e Que Assim Seja). São o meu treinamento pro álbum e meus passos nessa estrada. Buzo: E um disco cheio ? Pensa em lançar alguma coisa em 2013, nesse sentido ? Rashid: Tudo indica que em 2013 vem minha ultima mixtape antes do disco... Mas só o tempo pode dizer. Buzo: Falando em 2013, outros projetos ? Quais são eles.... Rashid: Clipes, roupas, empresa... Essas coisas tão martelando na minha mente. Buzo: Melhores amigos no HIP HOP ? Rashid: Poucos e bons. Nos meus discos vocês encontrarão alguns deles participando em uma ou outra faixa. E tem alguns que ainda participarão. Buzo: O que VC é hoje, deve as batalhas de mc´s ? Rashid: Também. Eu já compunha desde antes das batalhas, mas as batalhas serviram como vitrine e me ensinaram muito. Buzo: Lauzane Paulista, sua quebrada ? Rashid: Sim! Um lugar que lutamos pra colocar no mapa do Rap, e acho que tamo conseguindo. Buzo: Um sonho a realizar ? Rashid: Pra cada sonho realizado, e ganho mais 2 novos. Então a lista é grande... rs mas vão desde coisas familiares, profissionais até mudanças que quero ver na rua. Buzo: Com quem ainda quer fazer um som junto ? Rashid: Uma lista grande também... Mas se for pra acontecer, a vida vai se encarregar disso. Buzo: Qual um momento inesquecível na sua carreira ? Rashid: A primeira vez que ganhei a batalha do Santa Cruz. Detalhe, o prêmio era de 8 R$ (oito reais mesmo) rs Buzo: As criticas que a sua geração recebe (injustas na minha opinião).... te incomoda ? Rashid: Sim, incomodam um pouco. Mas todos os meus ídolos foram criticados, isso pode ser um bom sinal. Buzo: Porque acha que tem gente que fica falando de quem está dando certo ? Rashid: Porque esta dando certo, se tivesse dando errado ninguém ligaria. rs Buzo: Um filme ? Rashid: O Gangster, com Denzel Washington. Buzo: Um ator ? Rashid: Will Smith, e o próprio Denzel. Lázaro Ramos também entra nessa conta. Buzo: Uma atriz ? Rashid: Gosto da Alice Braga, e da Camila Pitanga. Buzo: Seu time ? Rashid: Corinthians. Buzo: O que gosta de fazer em SP quando está de folga ? Rashid: Gosto de trabalhar quando estou de folga. haha Brincadeira, vou ao cinema, é o que há. Buzo: Considerações finais ? Rashid: Valeu pelo espaço mestrão. Conta com noiz... FOCO NA MISSÃO!
GISELE COUTINHO : Assessoria de imprensa Kamau - Projota - Rashid - Terra Preta giselecoutinho@gmail.com

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Iniciando a série de 10 entrevistas nesse final de ano. JÉSSICA BALBINO, escritora e jornalista.

Entrevista numero 1/10. Por Alessandro Buzo
Buzo: Quando te conheci, seu sonho era lançar 1 livro e trabalhar com a mídia do Hip Hop. Esses sonhos VC já realizou, quais as novas metas ? Jéssica Balbino – Nossa, são muitas. Eu não paro de ter ideias e faltam pernas para executá-las, mas eu quero muito fazer mestrado, doutorado, me embrenhar mais nessa área acadêmica, que me fascina bastante e seguir trabalhando. Tem muitas histórias que eu gostaria de contar por meio do jornalismo e estou pesquisando-as, observando-as. Acho que estou em uma fase meio ‘sabática’, mais de observação e de menos produção. Mas os sonhos não param. O Livro "TRAFICANDO CONHECIMENTO" te trouxe os resultados esperados ? Jéssica Balbino – Trouxe sim. Com ele eu consegui explanar muita coisa da minha carreira, das minhas correrias e me tornei mais conhecida, sem falar que eu pude viajar e conhecer muitos locais que eu não conheceria se não fosse por meio deste trabalho, além de ter entrado em contato com pessoas incríveis como a Heloísa Buarque de Hollanda, responsável pela coleção Tramas Urbanas, outros autores e o pessoal da editora que foi muito respeitoso com meu trabalho. Foi uma experiência incrível participar desse projeto.
Como consegue ser ativa na cena Hip Hop de São Paulo, mesmo estando em Poços de Caldas ? Jéssica Balbino – Eu acho que é porque eu sou muito cara de pau e me imponho,mesmo através das mídias sociais...rsrsrs...falando sério, acho que é porque eu amo São Paulo, sempre tive muita identificação por ser o berço do hip-hop e também a capital mais próxima da minha cidade, mesmo sendo estados diferentes, então, sou apaixonada pela cena cultural paulistana e sempre que consigo, viajo para participar de encontros, debates e eventos e isso mostra que apesar de eu não viver na cidade, eu sou real e acompanho muito. Além disso, temos as redes sociais que neste caso são muito benéficas e aproximam as pessoas. Por exemplo, eu já era fascinada pela sua livraria sem nunca ter pisado nela, mas porque acompanhava pelo blog. Então, são estes fatores que me fazem ser ativa, mesmo estando geograficamente longe. O que um grupo de RAP precisa ter pra ter um mínimo de profissionalismo ? Jéssica Balbino – Em primeiro lugar, ele precisa querer se profissionalizar e se dedicar a isso. Sabemos que muita coisa é mais difícil no cenário da música independente, mas nem por isso devemos fazer ‘nas coxas’. Acho que vontade vem em primeiro lugar, seguida pela contratação de profissionais de apoio, sejam assessores, produtores, designers, entre outros. O maior problema é que todos hoje são ‘protagonistas’. Ninguém mais quer ser público. Todo mundo quer ser algo dentro do rap, mas poucos são os que tem conhecimento de fato para exercer as atividades. Os grupos precisam deixar de ter medo de investir, estudar, abrir a mente. Acho que já é um passo em busca do profissionalismo. Como VC vê a Mídia do Hip Hop nos dias de hoje ? Jéssica Balbino – Vejo ela engatinhando, assim como o hip-hop. Acho que aí sim, entra a questão do profissionalismo. A facilidade e o acesso aos meios de comunicação ‘democratizam’ o processo, mas muitas vezes o que se vê é mera reprodução e na minha visão, falta análise crítica, alguém que pense jornalisticamente dentro das mídias e não apenas reproduza conteúdos. No entanto, sou uma otimista e vejo com bons olhos as novas iniciativas, a apropriação da tecnologia para novos meios de comunicação e a circulação de novas revistas e programas voltados ao segmento.. Mas, como tudo na vida, acredito na pesquisa, no envolvimento e na ousadia. Quando a mídia do hip-hop conseguir somar isso, será ainda melhor. Livros, pretende lançar outros, tem algum na fila de espera ? Jéssica Balbino – Sempre tem. Eu tenho muita vontade de contar a história dos nossos quilombos e saraus, a nossa própria história, em formato de reportagem, como alguém que observa e compartilha isso. É algo que eu venho juntando material há anos, observando, coletando e em breve, terei novidades acerca disso. No mais, tenho também vontade de reportar sobre o protagonismo feminino no hip-hop. Também pesquiso sobre isso, mas acho que os dois projetos ainda vão me tomar um tempo. Qual suas referências literárias, dentro e fora da literatura marginal ? Jéssica Balbino – Eu sou rata de sebo e de biblioteca (e até de e-books, atualmente), então, eu gosto muito de ler e leio de tudo, sobre tudo. Atualmente tenho lido bastante coisas sobre a África, como o ‘A mordida da manga’, de Mariatu Kamara e estou lendo ‘Um defeito de cor’ de Ana Maria Gonçalves. No mais, leio todos escritores da Literatura Marginal, da nossa cena contemporânea. Uma pessoa que vc admira ? Jéssica Balbino – Alessandro Buzo. Um filme inesquecível ? Jéssica Balbino – ‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’ e ‘Cidade de Deus’, mas gosto muito das produções periféricas que acompanho, tanto longas, como curtas e documentários. Um livro ? Jéssica Balbino – ‘Um defeito de cor’ de Ana Maria Gonçalves. Quando VC vem a SP, faz sempre várias atividades, quais locais de cultura vc conhece aqui e indica ? Jéssica Balbino - Nossa, sou uma apaixonada pelos saraus, mas um lugar que eu me sinto em casa é a Livraria Suburbano Convicto. É um pedaço da periferia, da nossa identificação no Centro da cidade. Passar por lá é obrigatório. Outro lugar que mexe com a minha alma é a Cooperifa. É preciso frequentar.
Como foi ter feito sua estréia na coletânea "Pelas Periferias do Brasil " ? Jéssica Balbino – Foi mágico, porque entrei em um meio que eu conhecia, mas onde as pessoas não me conheciam. Encontrei pessoas que me acompanham desde então. Que estavam naquela primeira coletânea, que iniciou um marco também na Literatura Marginal brasileira e é fantástico encontrar autores que também começaram ali e seguiram trabalhando. Foi uma grata oportunidade, que posso assegurar que acrescentou positivamente na minha vida.
E o livro POETAS DO SARAU SUBURBANO ? Jéssica Balbino – Foi muito legal também, até por encontrar parceiros que participaram do primeiro, ali, novamente, dividindo, novamente, as páginas de outro livro, já em outra situação. São sempre experiências muito enriquecedoras e estamos, de certo modo, escrevendo a nossa história. Considerações finais ? Informem-se. Conhecimento é poder, e liberta. CONTATO: jessicabalbino.jornalista@gmail.com

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

10 entrevistas aqui até o final do ano. QUEM VC QUER QUE O BUZO ENTREVISTE PRO "NOSSO BLOG" ??

Perguntei no FACEBOOK ontem, quem a galera queria que (EU) Alessandro Buzo entreviste (pra esse Blog) até o final do ano. Começaram a surgir nomes..... todos estão sendo anotados. E com certeza, muitos dos já citados serão entrevistados. VAMOS ATRÁS DE FAZER A ENTREVISTA com os mais citados e outros como a sugestão do Marcelo G.Negrette (pela originalidade da sugestão). Mande também sua sugestão pra gente..... via COMENTÁRIO (AQUI) DO BLOG. Ou.... TWITTER: @Alessandrobuzo FACEBOOK: http://www.facebook.com/alessandro.buzo.3 Veja quem já foi citado e quem já votou. Henrique Gomes pediu: Projota ! Rafael Santos Mustapha: MC Jack o lendário!!! Nathy Rogério: eu buzo Tecio Antonio: Mano Brown Tecio Antonio: Dexter Pericles Nascimento Felix Silva: Nego Panda , meu parça da baixada da cena da literatura marginal ta criando corpo e acredito que seria importante falar sobre isso . obrigado pela atenção Thaíssa Carvalho: Criolo Kauan Gonçalves: Vras 77 Michel Nadyele: Mano Pool do grupo a Fusão, o maior colecionador de CDS de rap nacional do Brasil, e fortalece o hip hip de ponta a ponta, humilde pra caramba !!! Slow Dabf: eu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mara Poucas Palavras: Rapadura Xique Chico .. séria ótimo! !! Markos Lopez: Não sei se consegue contato, mais um cara que está sumido - ATHALIBA Bia Aloyá: Tarja Preta Bia Aloyá: Qi Alforria Bia Aloyá: Ba Kimbuta Bia Aloyá: Renato Gama Bia Aloyá: Parei...rsrs Fernanda Azambuja: Grupo Pentágono que acaba de lançar disco novo! Manhã! Fernanda Azambuja: Dexter Daniela Mara Santos: Japão (Viela 17) kkkkkk nada pessoal Solange Araújo: Edi Rock , Lauren Priscila, Carol Realidade Cruel Joaozinho Marcolino: MANO AXÉ IMPÉRIO ZO. Igor Carvalho: Walner Danziger Urbanista Concreto Germano: Walter Limonada, tamu juntu! Rafadj Live: Rapadura Xique-chico Mari Magalhães: Renan Grupo Inquérito Lotado Hugo Oliveira: Gog Gonçalves o POETA! Galax Arquivo Negro: Renan Grupo Inquérito II Tecio Antonio: Thaide Marcelo G. Negrette: O Kase que lançou um livro a pouco tempo, e esta colhendo material pra lançar outro.Valeu!! PS: Keseone Helio Du Capão: Rappin Hood ou Gaspar Z´Africa Brasil Márcio Douglas: Entrevista eu Artista Marginal dono e editor do blog neuroniobebado.blogspot.com Janio Silva: Renan Inquérito PARTICIPEM !!!!!! 10 entrevistas no BLOG até o final do ano..... suburbanoconvicto@hotmail.com

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Entrevista Alessandro Buzo no Portal Enraizados.

http://www.enraizados.com.br/index.php/dma-entrevista-alessandro-buzo/ Entrou no ar ontem, uma entrevista exclusiva com Alessandro Buzo no Portal ENRAIZADOS do Movimento Enraizados do Rio de Janeiro. * LINK ACIMA, leia e comente
www.enraizados.com.br

domingo, 25 de março de 2012

Segunda parte do quadro especial SABOTAGE......... ontem no #TRIBUTAaoSABOTAGE no Heliopolis.


Buzo entrevista Sandrão que junto com Rappin Hood trouxe SABOTAGE pro RAP


Wanderson e Tamires

Fotos: Marilda Borges

Ontem (Sábado 24/03/12) eu Alessandro Buzo, estive na Comunidade do Heliópolis (onde sempre sou muito bem recebido diga-se de passagem).
Fomos gravar a segunda parte do ESPECIAL SABOTAGE, sexta fizemos a COMUNIDADE BOQUEIRÃO, onde mora Wanderson e Tamires, filhos do Sabotage.
E sabado o evento que rola pelo NONO ANO, #Tributo ao Sabotage.
Rua Flor do Pinhal é o lugar, na rua, dentro da comunidade.
Muitas atrações no palco que começou 15h e foi até a madrugada.
Entrevistamos o Sandrão que junto com o Rappin Hood (que ia chegar depois que eu sai).... trouxe o SABOTAGE pro RAP e ele se tornou o MAESTRO DO CANÃO, um covarde matou o homem, mas a favela tornou ele um MITO.
BREVE no SPTV a gente confere tudo que rolou.
Quanto ao local da festa, sou quase um cidadão heliópolis, só pra TV fiz RATATA, Balada Black, KombiDOrap e agora o TRIBUTO. É minha casa também, quando meu amigo Robson Canto morava na comunidade passei até noite de natal na favela (Pilões). Amo o lugar e as pessoas. Eternamente grato pelo carinho e respeito ao meu trabalho.
Quando ao SABOTAGE, sigo o que ele disse: RAP É COMPROMISSO, NÃO É VIAGEM. Pra mim um mito que não está mais entre nós. Assim como o Mano Brown é um MITO VIVO.
Quanto ao Wanderson e Tamires, já fiz matéria deles (bem mais novos) pra RAP BRASIL, depois pra TV Cultura e agora pra GLOBO, é muito mais do que trabalho, me tornei amigo deles, gosto muito deles, meninos bons, com a cabeça no lugar, estudiosos. O Hip Hop vai saber receber eles que já tem um corre dentro do RAP, cantando as musicas do pai e breve lançando as deles.
Pra mim uma honra poder prestar essa homenagem pra ele, maestro do Canão..... SABOTAGE.
Alessandro Buzo
www.buzo.com.br



Buzo e Sandrão RZO... ele foi no lançamento do meu primeiro livro O TREM em dezembro de 2000 no Itaim Paulista, máximo respeito com esse mano.


Dj Negro Rico fazia parte do RZO quando Sabotage chegou


Oswaldo Lost, Buzo e a Comunidade do Heliopolis


Fiz uma poesia no show do LIU MR






Agradecendo a todos que elogiaram meu trabalho na TV Globo, foram muitos..... estar na Globo e poder andar na favela, no meio do povo do Rap, sem segurança e sem maquiagem mostra que o trabalho ta sendo bem feito e as ruas sabem, elas sempre estão vendo.


Família Brooklin Sul









Salve guerreiro


Buzo entrevista o ator Oswaldo Lost que está produzindo o novo clipe do Sandrão e dando uma força pros filhos do Sabotage.


Buzo com os mano


Buzo com os mano II




Sandrão RZO gravando cena de seu novo clipe.

BREVE NO SPTV

sábado, 24 de março de 2012

TRIBUTO SABOTAGE no SPTV - Gravei a primeira parte nesta sexta com Wanderson e Tamires, filhos do SABOTAGE na Com. Boqueirão........hoje no TRIBUTO

Tamires, Buzo e Wanderson na Comunidade do Boqueirão (região da Saúde, zona sul de SP)




Fotos: Marilda Borges

Nesta sexta 23/03 estive na Comunidade do Boqueirão na região da Saúde. Fui entrevistar pro quadro SP CULTURA do SPTV 1a edição da Globo, Wanderson e Tamires, filhos do maestro do Canão SABOTAGE.
Fomos bater um papo e mostrar a quebrada onde eles moram, onde foi a ultima moradia do MAURINHO. Ali estão suas coisas, fotos, troféus e folhas rabiscadas, originais de letras gravadas como COCAÍNA.
Sou amigo dos filhos dele, não foi a primeira, nem segunda vez que estivemos juntos.
HOJE (Sábado, 24/04) vou estar no TRIBUTO AO SABOTAGE no Heliópolis, pra fazer a segunda parte dessa matéria.
PREVISÃO: No ar 14/04/2012 (aviso se alterar)
Vale a pena lembrar: RAP É COMPROMISSO, NÃO É VIAGEM.





SABOTAGE POR TODA PARTE




Buzo na Comunidade Boqueirão na Zona Sul de SP




Imagina essa turma cantando SABOTAGE


Buzo e o Ator Oswaldo Lot que tem a ONG Elo Solidário que está apoiando os SABOTINHA


O ator Oswaldo Lot (Morde e Assopra, Malhação) acompanhou as gravações.


Comunidade Boqueirão


Wanderson SABOTINHA


Breve no SPTV

sexta-feira, 9 de março de 2012

RADIOTRON traz dança e cidadania pra Comunidade Nelson Cruz no Belenzinho.


Buzo entrevista DUDU, organizador do Radiotron


COMUNIDADE NELSON CRUZ

Fotos: Marilda Borges

Ontem (quinta 08/03/12) estivemos na Comunidade Nelson Cruz no Belenzinho, ao lado do ainda não inaugurado PARQUE BELEM, que é onde já foi a temida FEBEM TATUAPÉ.
Lá fomos mostrar o trabalho de 13 anos do DUDU e a RADIOTRON, um grupo de dança com crianças da comunidade. Tem DANÇA e oficina de DJ.
A comunidade é bastante sofrida por conta da expeculação imobiliária (estão num bairro hoje de classe média) e a repressão policial.
Mas no meio disso tudo tem um homem na missão, DUDU faz o trabalho com AMOR e traz alegria e cultura pra uma comunidade com 700 famílias.
Tudo isso você confere dia 24/03 no SPTV 1a edição da Globo. Quadro SP CULTURA (Semanal) com Alessandro Buzo nas comunidades e no estúdio com o âncora Cesar Tralli.
Fique ligado !!!!
Buzo




Dudu, guerreiro






RADIOTRON traz DANÇA e cidadania




Lion RT e Buzo





DJ Sorriso


DJ FACH e Buzo


Buzo e Cleber Candido da Globo





SP CULTURA com Alessandro Buzo no SPTV 1a edição, aos sábados (12h) na GLOBO.
* Exporidiamente as sextas-feiras.