quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

10 entrevistas de 10 perguntas com 10 seguidores do Buzo no Facebook. 5/10 > ENTREVISTA EXCLUSIVA COM "Marcio Costa", escritor.

Marcio Costa é casado com Andrea, pai do João de 10 anos, professor de Geografia e assessor parlamentar da Vereadora Juliana Cardoso do PT - SP.
Autor do livro: JUSTA PALAVRA, de crônicas.
Antes do livro, publicava os textos num blog (www.justapalavra.blogspot.com), juntou textos publicados na internet e fez o livro pra comemorar 40 anos em 2014.
Vamos conhecer um pouco mais do Marcio Costa nesta entrevista exclusiva de 10 perguntas.



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Alessandro Buzo: Você criou um BLOG que virou livro, porque começou o BLOG ?
Marcio Costa: Mano, criei o blog bem timidamente para exercitar a escrita, como um passa tempo mesmo, fui criando gosto e escrevia de duas a três crônicas semanais para publicar.

Buzo: O livro veio pra comemorar seus 40 anos, foi um divisor de águas ?
Marcio Costa: Foi sim, lançar um livro aos 40 anos de aniversário foi um barato, depois disso toda minha rotina mudou, passei a frequentar Saraus e conheci varias pessoas, comecei a ler outros assuntos e autores que eu não conhecia, e de lá pra cá minha leitura tem sido a literatura marginal mas é claro sem deixar a classica de lado, uma complementa a outra.

Buzo: O livro JUSTA PALAVRA trouxe o resultado que VC esperava dele ?
Marcio Costa: Trouxe muito mais que eu esperava, o livro foi publicado numa brincadeira de aniversário e sem pretensão alguma, ainda hoje depois de um ano e meio do lançamento ainda rende assunto, portanto posso dizer tranquilamente que ele superou todas as minhas expectativas.


Buzo: Professor e Assessor Parlamentar, como é essa jornada dupla ?
Marcio Costa: Dependendo da época fica bem turbulento o trampo, época de provas por exemplo e final de semestre fica tenso mas nada que não de para segurar. É claro que ambos os trabalhos demandam muito do meu tempo.

Buzo: Itaquera sua quebrada, como é sua ligação com o bairro ?

Marcio Costa: Da hora essa pergunta, Itaquera além de minha quebrada de moradia foi lá que nasci, fui criado e trampo, minhas crônicas e histórias se eu não estivesse na quebrada eu não teria como descreve-las, adoro o meu bairro.

Buzo: De uns tempos pra cá, passou a frequentar saraus, fale deles e importância na sua vida ?
Marcio Costa: Os saraus fazem toda a diferença, gosto muito de ir para apreciar a galera declamando poesias, contos, crônicas, tem sido neles que adquiro novos livros e conheço pessoas e falo do que mais gosto que é a literatura. Os saraus acabaram se tornando uma escola pra mim, é sinônimo de discplina, respeito, tolerância, resistência e protestos, tudo aquilo que eu gostaria que fosse uma escola.

Buzo: Porque o Brasil lê pouco ?
Marcio Costa: Acho que por dois motivos.
Cultura, falta de hábito das pessoas em ler algo, seja lá o que for e o outro o preço dos livros, mesmo quem gosta de ler fica um pouco caro comprar um livro e por isso acaba não sendo uma prioridade, se os livros fossem mais baratos talvez a galera passasse a ler mais.
Falta incentivo cultural e financeiro pra isso.

Buzo: Além da literatura e trabalhos, o que te da prazer, o que gosta de fazer em São Paulo ?
Marcio Costa: dar um rolê na cidade/centro e ir ao cinema. Ler a cidade e as pessoas, acho o maior barato.

Buzo: O ano de 2015 foi complicado, mas liste 3 coisas boas no ano que se finda ?
Marcio Costa: Mano tiveram várias coisa boas nesse ano tirando a grana curta.
Lançamento do livro poetas do sarau suburbano volume 3 foi da hora, conheci vários parceiros novos e fiz novas amizades.
Foi o ano que mais li, acho que por volta de uns 30 livros.
E por ultimo decidi pautar minha vida, isso foi muito importante, fazer o que e quando quer foi fundamental pra mim.

Buzo: O que espera de 2016 e um salve aos leitores que vão conferir essa entrevista ?
Marcio Costa: Que venha 2016 com bastante trampo, saúde e paz que o resto a gente corre atrás.
Aos leitores um grande abraço e vamos fomentar a escrita e a leitura, isso faz toda a diferença. Valeu.



Alessandro Buzo e Marcio Costa

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10 entrevistas de 10 perguntas com 10 seguidores do Buzo no Facebook. 4/10 > ENTREVISTA EXCLUSIVA COM "Lucia Mekana"

Militante do movimento negro, Lúcia Makena lançou as BONECAS NEGRAS que ela mesmo faz. Sempre a encontro nos eventos, vendo também suas bonecas na Livraria Suburbano Convicto.
É avó da MC SOFFIA.... vamos saber mais da MAKENA em 10 perguntas



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Alessandro Buzo: Como teve início seu trabalho com as bonecas negras ?
Lucia Makena:
Comecei pela necessidade de contribuir na luta contra o racismo e as bonecas foram o caminho que acreditei que seria o melhor.

Buzo: É rentável, ou mais por prazer ?
Lucia Makena:
É um trabalho de militância, sobrevivo das bonecas, palestras e oficinas mas o suficiente para viver.

Buzo: Quantas bonecas vende por mês, ou num evento ?
Lucia Makena:
Dificilmente contabilizo rs.
Porque cada evento tem um característica tem alguns que vendo bem e outros mais ou menos.

Buzo: Porque deu início a esse trabalho ?
Lucia Makena:
Por uma questão de militância e compromisso com as questões raciais.

Buzo: E a MC Soffia ? Sua neta ?
Lucia Makena:
A Soffia é um presente de Oxalá, uma menina esperta, inteligente e que graças ao nosso empenho (família materna,paterna, escola e militância) está crescendo uma menina feliz e empoderada.

Buzo: Esperava ver a MC Sofia tão nova, fazendo shows ? Viajando ?
Lucia Makena:
Então na verdade não tínhamos tanta pretensão, tudo foi acontecendo muito rápido mas é importante frisar que além do talento nato da Soffia o trabalho da Kamilah enquanto produtora independente tem sido valoroso.

Buzo: VC apoia 100% a carreira artística dela ?
Lucia Makena:
Claro que apoio, como disse a Soffia tem talento, mas toda família é muito cuidadosa com ela, evitamos exageros e garantimos sua responsabilidade nos estudos e diversão nas brincadeiras e jogos, em nenhum momento esquecemos disso o restante é consequência.

Buzo: Importância do Hip Hop e Saraus na sua vida ?
Lucia Makena:
Toda a importância na minha vida, todos os dias aprendo com os poetas e as poetizas,inclusive do Sarau Suburbano, tanto o Hip Hop como os saraus são muito inspiradores para meu trabalho e minha vida.

Buzo: As mulheres da cultura, são ou estão unidas ? Contra o machismo e outras questões ?
Lucia Makena:
As mulheres da cultura sempre estão unidas o que ocorre é q temos diversidade e isso é muito importante e através da cultura lutamos contra diversos males entre eles o machismo, racismo e homofobia.

Buzo: O que pode deixar de mensagem de final de ano e pra 2016, pra quem vai ler essa entrevista ?
Lucia Makena:
Espero que em 2016 as pessoas exercitem mais o respeito ao próximo e a próxima, tenham mais oportunidades de estudos e trabalho, que a cultura se liberte do racismo, machismo e homofobia e que o Estado deixe nossos jovens negros e pobres viverem!!!!!

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10 entrevistas de 10 perguntas com 10 seguidores do Buzo no Facebook. 3/10 > ENTREVISTA EXCLUSIVA COM "Samella Nayara"

Ela é jovem, declama nos saraus clássicos da literatura com uma performance só dela.
Como será que Samella Nayara se descobriu poeta ? Vamos saber isso e muito mais nessa entrevista de 10 perguntas.



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Alessandro Buzo: Você é jovem, mas se descobriu poeta ? Como foi isso ?
Samella Nayara‏:
A poesia entrou na minha vida através de uma ONG de incentivo a leitura que fez um projeto na minha escola quando eu tinha uns 10 anos.

Buzo: Importância dos saraus que frequenta na vida hoje ?
Samella Nayara‏:
Pra mim é imprescindível haver lugares no qual você possa se expressar e escutar. Hoje em dia nos sentimos cada vez mais sozinhos no mundo e encontrar pessoas que tenham a mesma visão do mundo que você e coisas a ti passar é muito bom!

Buzo: VC posta coisas tipo: - As relações comigo são assim:
Me mata ou se mata! ................. É isso mesmo, vem de onde estas postagens ?
Samella Nayara‏:
Não no sentido da palavra é que algumas pessoas nos matam por dentro sem perceber e eu não morro mais se não for pra parar em um caixão!

Buzo: Sua última postagem foi: - Gente fiquei com uma mina e gostei virei lesbica, agora só colo o velcro.
Você não acha que se expõe com postagens assim ? Ou é tudo no seu nome ?
Samella Nayara‏:
Meu melhor amigo entrou no meu facebook e como um bom amigo isso não poderia faltar!

Buzo: Você se acha uma jovem rebelde ? Quais lutas você apoia ?
Samella Nayara‏:
Não, nunca fui rebelde. Eu não costumo apoiar movimentos, diríamos que fico sempre de fora observando, conhecendo e entendendo. Mas não me vejo dentro dessas lutas, apesar de entendê-las sei que minha luta não é essa!
O único movimento que me ganhou foi o das escolas, esse não só me ganhou como me emocionou!

Buzo: Mora onde ? Frequenta bastante a região central de SP ? Como é o centro da maior cidade do país ?
Samella Nayara‏:
Moro na zona sul, alto do Ipiranga. Frequento muito o centro de sp. Até hoje o centro pra mim foi o lugar que mais me surpreendeu, vi coisas maravilhosas e coisas terríveis acontecerem ao mesmo tempo!

Buzo: Política ? Qual sua posição ?
Samella Nayara‏:
A minha visão política hoje é muito deturpada, sempre dividida e desmotivada, sinto que as coisas não vão melhorar e se melhorar não vai ser pra nós!

Buzo: VC quando declama interpreta, é do nada, ou vc ensaia ?
Samella Nayara‏:
É do nada, tanto que sempre que declamo uma poesia mais que uma vez ela sai diferente!

Buzo: Seus autores preferidos ?
Samella Nayara‏:
Alguns mestres pra mim: Elisa Lucinda, Patativa, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Adelia Prado.

Buzo: Planos pra 2016 e salve pra quem vai ler sua entrevista ?
Samella Nayara‏:
Meus planos para 2016 é viajar conhecer outras culturas!
Um salve para o Rafael Galindo que entrou no meu facebook sem permissão, pra Vitória Albanese minha melhor amiga pra sempre, pra Paula Vida que tem me ensinado a viver, pra Carol Martins parceira do skate e pro Mano Kill meu irmão de rua!

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10 entrevistas de 10 perguntas com 10 seguidores do Buzo no Facebook. 1/10 > ENTREVISTA EXCLUSIVA COM "Wallace Hill"

Ele trabalha com seu pai (além do corre cultural), esse trabalho o levou pra Juazeiro do Norte, mas o sonho do Rap segue vivo, lá e nos razante que ele faz em São Paulo.
Digo que ele é o maior "Gangstar" de Juazeiro.... além de ser frequentador do Sarau Suburbano no Bixiga, antes e agora quando vem a sampa, bora saber mais em 10 perguntas ?



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Alessandro Buzo: Como foi seu primeiro contato com o Rap e poesia ?
Wallace Hill:
Primeiro contato com a poesia foi por intermédio do RAP... Pode até ter acontecido dela aparecer pra mim na escola mas atraiu minha atenção com o RAP.
O primeiro contato com o RAP foi aquela parada meio loka que aconteceu no inicio dos anos 2000, Racionais MCs estralando em TODAS quebradas, sem exceção, na mesma época mais ou menos chegou um disco do Tupac pra mim também, tanto que a lembrança mais antiga que tenho de RAP é nas festas da rapa que tinha na rua e já pro final das festas tocava logo o "Nada como um dia após o outro dia", aí já viu, geral ficava a mais no rolê...

Buzo: Como descobriu os Saraus, quais frequenta ?
Wallace Hill:
Eu colava nas batalhas de MCs, e o rolê das batalhas era ligado de certa forma com o movimento dos Saraus, e o Sarau Suburbano é fechadão com o RAP, o público é o mesmo, então comecei a colar no Sarau Suburbano primeiro, depois fui conhecendo outros, atualmente quando estou em São Paulo os que frequento mais são o Sarau Suburbano, o Sarau Saravá e o Sarau no Kintal.

Buzo: Vc fez parte do grupo INTERpretoAÇÃO que chegou a por um EP na rua, mas depois vc mudou de SP, como foi esse projeto e parou pela sua mudança de estado?
Wallace Hill:
O InterPretoAção foi uma parada muito loka, eu tinha alguns projetos de sons com o CK, pela proximidade de rua, e ele montou um grupo com o DJ Faul, e noiz era tudo a mesma banca... Foi loko porque desde o começo eles já sabiam que eu iria me mudar, e quando houve o acerto das ideias que eu entrei pro grupo, a gente trampou igual, loko, depois convidamos o Ajax e ele fechou com noiz também e quando o Ajax entrou pro grupo, começamos o projeto do EP ApresentoAção, e em 6 meses conseguimos estar com as cópias físicas em mãos, foi trampo hein malandro...
Vendemos 50 camisas sem ter 1 som na rua, fechamos show na lendária Rinha dos MCs antes do single do EP e quando lançamos conseguimos uma agenda da hora... Quem trampou com noiz sabe como foi uma parada meio loka...
Mano, eu não posso dizer que o grupo parou porque eu mudei, mas o fato de eu ter mudado fez perder força né, a gente era novo também, época de aprendizado, evolução e mudanças... Talvez mesmo que eu tivesse ficado o grupo teria acabado, mas continua todo mundo na mesma amizade de mil grau, só com menos contato...

Buzo: VC é do estilo Gangstar, como é ser Gangstar em Juazeiro do Norte ?
Wallace Hill:
hahahahaha..... Bangui é loko, Buzo, aqui tem uma cena de RAP também, mas é aquela fita, menos gente, menos recursos, mas vejo que tem gente fazendo a máquina girar aqui também...
Mas "O Gangster" ta na ativa, quando menos esperarem a gente chega com uma paradinha, um trampo daquele jeitão...

Buzo: Como é essa PONTE .... uma hora VC está em Juazeiro onde mora, mas vem sempre a SP, o que o traz a metrópole ?
Wallace Hill:
Vou pra SP por motivos profissionais, há uma conveniência de agenda, em agosto quando fui consegui esquematizar dois shows...
Mas as coisas vão se organizando e vou cada vez mais, ficar mais tempo em SP, pra dar sequencia na carreira e fazer a moeda de outras formas também...

Buzo: Qual a importância da Literatura em sua vida ?
Wallace Hill:
A Literatura MARGINAL, me influencia diretamente, nas ideias e nos contextos, aprendi mais sobre língua portuguesa com poetas marginais do que com os grandes medalhões da literatura.
Eles despertaram mais meu interesse em aprender, sobre tudo, inclusive sobre os medalhões.

Buzo: Quais mc´s são referência pra VC ? Comente sobre eles ?
Wallace Hill:
Mano Brown - Prateleira de cima do RAP, malandro zera o game, único que chega de igual é o Jay-Z, e se não cuidar o Brown "põe no bolso"
Rocha - O monstro da multisilábica, favela...
Rincon Sapiência - Divisor de águas pra mim, me fez me atentar mais sobre levada...
RGdoQI - O MC mais refrãozeiro de SP, levada cabulosa, swing monstro...
Murilo SDC - Ao mesmo tempo que é uma referência próxima a mim, é meu adversário em nível técnico, quem cola com noiz sabe como a gente quer ser os melhores, e pra isso a gente se cobra e se ajuda, mas quando a gente chega junto num som é pra "acabar com a carreira do amiguinho" hahahahahaha

Buzo: VC se acha um MC (ou) um POETA ?
Wallace Hill:
MC, vários poetas somam com o RAP, e somam muito, mas você ser um MC é além de escrever, é cantar e se posicionar em uma cultura, talvez por ter de ser mais centrado, os MCs não consigam ter o lirismo e a sensibilidade do poeta.

Buzo: Fale desse projeto novo A Banca: PRETOS SA ? Formada por Wallace Hill, Murilo SDC, Ajax e Joas, como tocar morando em Juazeiro do Norte e os demais integrantes sendo de São Paulo ?
Wallace Hill:
PRETOS SA é uma banca, nos consideramos uma empresa de entretenimento. Não vamos ficar apenas nas músicas. Somos 4 artistas solos, independentes, vamos trabalhar o coletivo e o individual.
Vai ser mais complicado fechar show da banca, mas sempre que tiver show de um, vai ter algum de nós participando e fortalecendo, até no backstage por exemplo.
Já temos o projeto Dichavando Discos, com Murilo SDC e estamos projetando outros projetos além dos sons que já tem umas paradas no forno e 2016 vai ser de mil grau.


Buzo: Qual a mensagem que vc deixaria pra todos que vão ler essa entrevista...... tipo, pra 2016..... o que VC deseja, espera.... como cidadão, como artista ?
Wallace Hill:
2016 vai ser de muito trabalho, tanto artisticamente quanto na minha carreira paralela.
Como cidadão eu desejo uma polícia que mate menos, um governador que invista mais em cultura e educação do que em polícia, lembrando que segurança e polícia não necessariamente são a mesma coisa.
E como artista desejo paz e saúde pra trabalhar, mas pode apostar que depois de mais de 2 anos "parado" (sem lançar nada) vai ter sons novos e outros projetos além da música.
Forte abraço Buzo, quero te agradecer publicamente, já somou em várias mãos...
O Gangster ta chegando!
Wallace Hill.


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10 entrevistas de 10 perguntas com 10 seguidores do Buzo no Facebook. 1/10 > ENTREVISTA EXCLUSIVA COM "SIMONE ALMEIDA"

Ela é brasileira da Bahia e mora a 4 anos em Buenos Aires, Argentina.
Trabalha com turismo..... e OSTENTA na internet com fotos em lugares maravilhosos, porque segundo ela mesmo: - Eu trabalho com o público e meus turistas querem conhecer os lugares onde eu me exibo, rs.
Vamos conhecer um pouco mais dela em 10 perguntas .....



Alessandro Buzo: VC é de Salvador - BA ? Fale da Bahia ?
Simone Almeida:
A Bahia é uma terra de todos os Santos e dificilmente não agrada as pessoas. Um povo acolhedor e muito solidário. A minha Bahia é cheia de encantos e como sou filha viro suspeita ao falar

Buzo: O que te levou pra Argentina ?
Simone Almeida:
Me casei com um Argentino no qual conheci pelo Facebook

Buzo: Trabalha com eventos ? Como é isso ? Tem ligação com grupos de Rap do Brasil, quais..... ?
Simone Almeida:
Respiro Rap, sou mais Paulista que baiana. Frequentei muitas festas de rap e hip Hop em SP. Recebi na Argentina os Racionais, Emicida e o Criolo. Hoje em Buenos Aires trabalho com turismo receptivo.

Buzo: Como é morar em Buenos Aires, comparando com o Brasil ?
Simone Almeida:
Tirando os costumes tenho que me adaptar afinal a gringa aqui sou eu. Mas tiro de letra mesmo tendo que rodar a baiana de vez em quando. Ser negra em Buenos Aires é pra poucos.

Buzo: Vc é bonita, posta fotos em praias, de biquini..... rola muita cantada idiota ?
Simone Almeida:
Isso acontece não só aqui. .. mas os argentinos são mais ousados, muito mais que os brasileiros. Eles tomam boca comigo ao lado do meu marido. No começo me assustei...

Buzo: Seu marido é argentino ? Sente ciúmes das suas fotos ? Ou pra ele é tranquilo...
Simone Almeida:
Se eu contar que ele quer tirar as fotos e que me compra as roupas mais provocantes vc acredita? Pois é assim.

Buzo: Importância das redes sociais na sua vida ?
Simone Almeida:
Eu sou formada em publicidade e acredito que quem não é visto não é lembrado, rs.

Buzo: Acha que se expõe demais na internet, ou faz parte do seu trabalho ?
Simone Almeida:
Eu trabalho com o público e meus turistas querem conhecer os lugares onde eu me exibo, rs.

Buzo: Pensa em voltar a morar no Brasil ?
Simone Almeida:
A qualidade de vida aqui infelizmente ainda não se compara com meu amado Brasil. E por isso ainda prefiro viver aqui

Buzo: O que espera de 2016 e um salve pra quem vai ler essa entrevista ?
Simone Almeida:
Que todos nós possamos ter um coração com muito amor. E que nos próximos anos possamos ter um ano sem miséria, sem desigualdade e sem racismo. Eu luto por anos melhores e desejo que todos tenham isso em mente e no coração. É noix tamo junto. ...juntos somos mais fortes.




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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Alessandro Buzo narrou sua história no Museu da Pessoa.

Fotos: Marilda Borges Ontem foi um dia bacana... terça (07/07/15), a noite teria Sarau Suburbano, mas antes .... 11h da manhã, estive no Museu da Pessoa. Fui gravar pra uma série com escritores da periferia a "MINHA HISTÓRIA" de vida. Como diz um som do Inquérito: Se a história é nossa, deixa que "Nóiz" escreve. Já narrei minha trajetória em 2 livros (parte 1 e 2). Agora narrei ela em quase 3 horas de gravação, pra eternizar no MUSEU DA PESSOA. Toda trajetória deve ser contada.... Fiquei muito honrado. O JONAS foi meu apresentador, o mano que operou a câmera da quebrada (CAPÃO), da hora ver a rapa trabalhando, com áudio visual. Assistiu a gravação minha esposa Marilda e meu filho Evandro. Vai sair um pequeno editado de 3 minutos em vídeo.... tudo que NARREI vai ser transcrito e disponibilizado no Portal do Museu da Pessoa. Eu vou estar nessa série sobre literatura....... mas QUALQUER PESSOA pode ser inscrever e contar sua história, eternizar ela. Fica a dica Senta que lá vem história....

terça-feira, 26 de maio de 2015

Entrevista exclusiva com Nelson Maca que lança Gramatica da Ira, seu primeiro livro.

Prestes a promover uma série de lançamentos do seu primeiro livro em São Paulo, o escritor e militante Nelson Maca concede entrevista exclusiva para Alessandro Buzo, confira.... Fotos: Léo Ornelas Alessandro Buzo: Nos fale do seu primeiro livro, Gramática da Ira ? Nelson Maca: Gosto de falar, primeiramente, duas coisas: é um livro assumidamente de Literatura Negra e tem uma produção independente. Na verdade, comunitária. Tive a preocupação de fazer dele uma extensão de minha própria vida, porém buscando uma estética, ou seja, ter beleza na escrita. É independente no sentido de que não contou com dinheiro ou apoio material governamental nem patrocínio de empresas privadas. Alguns amigos estão apoiando voluntariamente agora. Bancamos o livro e, com ele, estamos lançando também nosso selo, o Blackitude. São poemas feitos entre 1999 e 2008. Apenas dois são posteriores. A diagramação e arte são do meu amigo Welon Santos, Penga. Utilizamos, na capa e na orelha, fotos de outro grande parceiro, o Leo Ornelas. Do estabelecimento do texto final, cuidei juntamente com minha esposa, Ana Cristina Pereira. Além dessa aliança de base, tive a honra de contar com o prefácio de meu Grande Mestre Carlos Moore, a apresentação de minha irmã Graça Gonçalves, além de ter, nas orelhas, trechos dos escritores Alejandro Reyes e Marcelino Freire, e também do rapper GOG. Buzo: Quais foram as maiores dificuldades ou obstáculos pra publicar ? Nelson Maca: A primeira dificuldade foi escrevê-lo, porém isso é prazeroso, né! Toda a preparação dos originais exige muita disciplina, um errinho é fatal. Eu tava com o projeto do livro pronto desde 2008, quando considerei fechados os poemas. Meu primeiro passo mais efetivo para uma publicação foi em São Paulo, pela Global Editora, na Coleção Literatura Periférica. Mas, graças a Oxalá, essa negociação não avançou. Depois vieram mais dois convites de editoras de médio porte, e nada! Finalmente estava mais convicto – eu já estava antes - de que podemos ser independentes. Sempre gostei do lema “faça você mesmo!” (do it yourself!). Resumindo, a primeira dificuldade é ter, de fato, um livro bem escrito em mãos. Só o leitor crítico poderá confirmar se meu livro é válido ou não nesse quesito. A segunda dificuldade é dinheiro: sem dinheiro, fica tudo mais lento, mais difícil. Mas driblamos bem tudo isso, com calma, sem pressa! Hoje, só não temos a gráfica... mas sonhamos ter! Buzo: Verdade que recusou algumas editoras ? Senão já teria publicado antes ? Nelson Maca: Sim, é verdade! Já citei a Global acima, porque foi público e notório. O mais difícil foi recusar editoras alternativas ou de amigos, mas aí eu já tava convicto de que queria estar solto e, mais, ter nosso próprio selo. Essa insistência no selo foi também para entrar no processo editorial local. Em Salvador, por onde circulo, geralmente pelas quebradas, tem muita gente lendo, declamando, escrevendo. Mas temos poucas edições alternativas de livros. Geralmente, quando aparece, trata-se de “edições do autor”. Quero muito mediar a edição de novos autores da Bahia. Buzo: O que pretende de retorno do livro ? Nelson Maca: Primeiramente, que ele se pague. Depois, que tenha alguma importância para seus leitores. Queria que a Gramática da Ira trouxesse um pouco de inquietação. Na verdade, que instaurasse alguns conflitos. Queria, com meu livro, não somente como um projeto literário, mas igualmente um programa de lutas. Então, quando ele desagradar, também ficarei satisfeito. Todo o livro, na verdade, fala de mim: infância, juventude, maturidade... alienação, revolta, tomada de consciência! A “alma” comum dos poemas é a Negritude, sem tréguas. Então, minha maior pretensão é sondar nossos estágios corporais e subjetivos. Tentar expressar como é transitar numa sociedade estruturalmente racista na condição de pele preta, mas também falar de nosso cotidiano mental, espiritual. Ou seja, o que se passa em nossa cabeça, nos nossos diversos estágios físicos e mentais, quando somos alvo de tanta brutalidade, concreta e simbólica. Buzo: Como é lançar independente ? Nelson Maca: Uma alegria, um sentimento de força e uma sensação incrível de liberdade. É bom poder gerenciar a caminhada de nossos livros! Estabelecer o preço, negociar condições, definir agendas, etc e tal. O que pesa mais é cobrir as despesas, porque, aceitando ou não, isso deixa muito evidente para nós que o livro é também um “produto”, e, como tal, tem um custo para estar na praça (alto para nossas condições); e terá outro para ter continuidade. Idem para o selo. Mas, ainda assim, sei que a sensação que sinto no momento, de independência, é única e nunca esquecerei. Sim, nós somos leitores, escritores e editores. E, sim, nós também podemos ser os chefes de nós mesmos! Tô curtindo isso a milhão, mesmo sabendo que já tá chegando a data de cobrir o cheque e ainda preciso vender uma pá de livros, para sair do vermelho! rsrsrs Buzo: Você tem lançamentos agendados em alguns estados do Brasil, fale a respeito e como viabiliza essas viagens ? Nelson Maca: Normalmente, nossa estratégia é aproveitar as passagens de outros eventos, que bancam nossa ida, e esticar a temporada, para poder fazer nossa caminhada ao lado do nosso povo. Aí é daquele jeito: hospedagem solidária, busão, prato feito, etc. Por exemplo, é assim que caminharei por saraus e projetos alternativos de São Paulo, entre 22 e 28 de junho. Às vezes, mesmo em eventos nas periferias, ou com grupo que não tem receita própria, as pessoas se juntam e providenciam algum apoio ou então fazem o que chamamos aqui na Bahia de “intéra”, isto é, uma “vaquinha”. Por exemplo, estarei no início de junho em Brasília - depois, em julho, no Rio de Janeiro - desta maneira. Posso, ainda, eu mesmo comprar minhas passagens quando estou em condições e acho importante estar nos lugares. Nos últimos anos, tenho sido bastante convidado para feiras de livro, bienais, festas, etc, e também para palestras, mesas, seminários. Espero que isso continue em 2015, para, com essas viagens, eu poder estender minha caminhada para os lugares que me queiram presente, mas que nem eles nem eu possamos bancar, materialmente, minha ida. Sobre agenda para eventos de lançamentos, ou que preveem assinatura do livro Gramática da Ira, a coisa tá muito bacana. Já tenho programado Brasília (05 a 08 de junho), São Paulo (18 a 29 de junho), Embu das Artes (02 de julho), Parati (03 a 05 de julho), Rio de Janeiro (06 a 13 de julho), Ilhéus (22 a 24 de julho). Tenho também várias ações aqui em Salvador. Buzo: Se tornar um escritor publicado, muda o que na sua vida ? Nelson Maca: Primeiramente traz a felicidade pela realização de um projeto que se tornou importante na minha vida. Me acostumei a efemeridade da performance, sabe! Você faz uma puta declamação e, dois minutos depois, já foi! Rsrs Hoje me considero um poeta da oralidade, acho que é o que faço melhor e diferente na literatura. Mas ter um livro é mesmo incrível! É bom ver as pessoas levando meus poemas para casa, para ler depois, a sós, calmamente, transcrever trechos, publicar na internet, etc. Caramba, isso é bom mesmo! Acho que, pela primeira vez, me vi a mim mesmo de fora, de longe. Percebi que há um escritor Nelson Maca. Eu já tinha sentido um pouco disso nas coletâneas que participei, incluindo, logicamente, o Suburbano Convicto: Pelas Periferias do Brasil. Mas ver nascer um livro só meu, com meu nome na capa, não é pouca emoção, não! Não sei dizer o que mudará na minha vida efetivamente, além dessa mudança interior, que é, também, crescimento, creio. O que já sinto, por exemplo, ou prevejo, é que, agora, tenho um cartão de visitas poderoso, pois nossa sociedade preza demais a escrita, a publicação, o livro. Espero que ele possibilite que eu e minha literatura cheguemos a mais e diversificados lugares e pessoas. Por outro lado, não poderei mais falar que frequento os eventos de livros sem ter um livro publicado. Perdeu o charme, não posso mais tirar essa onda! rsrsrs Buzo: Você é professor de literatura na Bahia, como conciliar o trabalho acadêmico e o cultural ? Nelson Maca: Nossa, que pergunta... rsrs Repare como você coloca bem o problema com sua pergunta: ser poeta e trabalhar com cultura pode me colocar em conflito com meu ofício de professor de literatura. Loco isso, né! Mas tenho levado bem! O fato de ser professor me dá, anualmente, além das férias (fins de junho e julho), um recesso (fins de dezembro, janeiro e parte de fevereiro). Isso me permite circular bastante fora da Bahia, por exemplo! Outra coisa: na universidade, no caso específico das aulas, podemos concentrá-las em poucos dias da semana. Logo, não é difícil conciliar o “tempo”. Salvo, principalmente em caso de viagens, quando há choque de agendas. Aí negociamos com a instituição e alunos, para fazer compensação ou reposição de aulas. Tenho levado isso tranquilamente! Estou há vinte anos na Universidade Católica de Salvador; e no coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia há mais de quinze anos. Em muitos momentos, consigo atrair alunos para os eventos fora e, noutros, trazer a juventude do hip hop e afins para dentro da universidade. Buzo: O que destaca na cena de Salvador ... entre Hip Hop e literatura ? Nelson Maca: Com relação à literatura, há hoje vários saraus acontecendo, o que, felizmente, tem dinamizado o processo literário. Grupos de poetas estão se formando, além ter surgido jovens e promissores escritores. O Sarau da Onça, da Chácara, o Sarau do Gato Preto e o Dominicaos são alguns dos eventos bem interessantes da cena local. Diferentes na proposta e na composição dos frequentadores, porém muito vivos. Artisticamente, o hip hop baiano cresceu muito. Como em todo lugar, as posses estão sumindo e, a cada dia menos, vemos aquela preocupação coletiva e movimentação pelo social. Eu sinto bastante falta disso! Mas ainda existem... O grafite, o break e o rap por aqui cresceram assustadoramente, em número e em qualidade técnica e criatividade. É bom ver também o crescimento da cultura do Dj, embora,hoje,poucos se reconheçam com Dj de Rap, de banda! Mas estão profissionais, com bons equipamentos e se aventurando bem mais na produção musical. Buzo: O que vem a ser a Blackitude - Vozes Negras da Bahia ? Nelson Maca: Originalmente um coletivo de hip hop voltado para as questões e expressões da Negritude, que completa 16 anos em novembro de 2015! Chamamos o que fazemos de AFro-Hip-Hop! Desde o início, flertamos com o audiovisual (exibição de vídeos) e com a literatura, mais especificamente a poesia. Gostamos de fazer atividades artísticas juntamente com as de formação e informação. Tentamos, ainda, preservar os 4 elementos em nossos eventos. Mas fazemos outras coisas, entre as quais, as mais populares são os bailes blacks e os saraus literários. Buzo: Você promove o Sarau Bem Black em Salvador, nos fale desse tudo desse projeto? Nelson Maca: O Sarau Bem Black reúne negros, negras e outras pessoas libertárias, em torno da literatura, mais especificamente sua performance. Iniciou-se em setembro de 2009 e acontece até hoje. Por, aproximadamente, 4 anos e meio, aconteceu, semanalmente, no Sankofa African Bar, no Pelourinho. Com o fechamento do Bar, em 2014 migrou para as ruas do mesmo bairro. Antes acontecia toda quarta feira, porém, em 2015, acontece mensalmente, sempre na primeira quarta do mês, no Café da Walter, que fica na Biblioteca dos Barris, centro. Esta fase é provisória, pois estamos em articulação para voltar ao Pelourinho, onde melhor nos identificamos. O sarau serve como palco para trocas poéticas e simbólicas. No sarau, há exibição de filmes e fotos, lançamentos, audição de músicas e outras performances , como dança, pintura e artes plásticas. Tudo norteado pela negritude. Entendo e busco criar um ambiente de profundo aprendizado no Sarau Bem Black. O sarau é nossa universidade livre. Em alguns momentos, temos bate-papos que são profundas “trocas” de conhecimentos. Muita gente bacana já passou por lá, artistas, escritores, ativistas e intelectuais do porte de Carlos Moore, Sérgio Vaz, Conceição Evaristo, Zinho Trindade, Berimba e Jesus, Cuti, José Carlos Limeira, Michel Yakini, Raquel Almeida, Alejandro Reyes, Marcelino Freire, Mano Teko, Dexter, GOG, Marechal, Vagner Souza e mais uma porção de gente boa. Influenciados pelo Sarau Bem Black, acompanhamos a estreia de novos autores e o nascimento de novos saraus, na Bahia e no Brasil, como o Sarau da Mata (Mata Escura), da Onça (Sussuarana), Divergente ( Rio de Janeiro), Sopapo Poético (Porto Alegre), Debaixo (Aracaju), Sarauê (Brasília). Buzo: Na literatura marginal, no cenário nacional, o que você destaca ? Nelson Maca: Eu gosto de me referir ao conjunto de autores não canônicos como Literatura Divergente. Destaco principalmente as cenas dos saraus e a postura de independência estética e editorial. É muita invenção! Com o Encontro de Literatura Divergente que tenho realizado em parceria com meu amigo e grande escritor Berimba de Jesus, tenho encontrado e conhecido muita gente bacana. Não citarei nomes, para não parecer que estou criando uma hierarquia. Mas conheci pessoas que fazem ações poéticas em saraus inusitados, como ônibus, banheiros, muros... suportes incríveis, nos chamados livros objeto... temas polêmicos como racismo, homofobia, sexismo... que tocam editoras independentes e alternativas... Buzo: Você conhece muitos coletivos de sarau em São Paulo, o que pode falar sobre eles ? Nelson Maca: São Paulo foi minha principal escola de sarau! Foi em SP que essa fita de sarau me fisgou de vez. Já conhecia e até frequentava saraus, em Curitiba, em Salvador. Mas conhecer os saraus da periferia de São Paulo foi uma coisa forte. Quando visitei a Cooperifa pela primeira vez, logo me apaixonei. Vendo a potência do Sérgio Vaz e toda aquela gente maravilhosa, no bar do Zé Batidão, voltei para casa com a possibilidade e o dever moral de tocar uma ação literária libertária potente e com vínculo com a periferia. Cheguei em Salvador totalmente convicto de que deveria inaugurar um sarau. Na sequência conheci o Elo-da-Corrente, em Pirituba, no incrível Bar do Santista. Lái me senti, e me sinto, totalmente em casa. O Elo e o Sarau da Braza já apresentavam algo central nas minhas preocupações: a questão da Negritude! Outro sarau que me marcou bastante foi o Suburbano Convicto, pois me possibilitou a experiência de participar da primeira edição, ou seja, eu estava, juntamente com o GOG, na fundação, ainda no Itaim Paulista. Também me sinto muito feliz de ter me batido com as publicações, ações e eventos do Berimba e das Edições Maloqueirista. Não consegui conhecer o Sarau do Binho original, no Bar do Binho. Minha grande Frustração! Quero muito visitá-lo agora e, igualmente, tomar contato direto co alguns saraus dos quais tenho tido ótimas notícias: Saraus da Kambinda, Codinome Liberdade, do Fórum, Perifatividade, O que Dizem os Umbigos, da Madrugada e, urgentemente, fazer alguma poesia no Quilombaque! Quero muito ir ao Quilombaque! Acho que esqueci vários. Perdão, pessoal! Pra finalizar, um BATE BOLA ........ Um sonho realizado? Nelson Maca: Virar baiano e morar em Salvador. Um sonho a realizar? Nelson Maca: Ter um espaço cultural da Blackitude. Um time? Nelson Maca: Corinthians Um livro? Nelson Maca: Atabaques, de José Carlos Limeira e Èle Semog Um escritor? Nelson Maca: O poeta baiano José Carlos Limeira. Um filme? Nelson Maca: Faça a coisa certa, de Spike Lee Um ator? Nelson Maca: Lázaro Ramos. Uma referência? Nelson Maca: GOG, o poeta do Rap.

domingo, 10 de maio de 2015

Entrevista exclusiva com o COMBOIO, Campeão do Take Back The Mic em Miami

Alessandro Buzo entrevista com exclusividade o Grupo de Rap COMBOIO da Baixada Fluminense (RJ), eles acabaram de voltar de MIAMI onde foram campeões do Take Back The Mic, o Campeonato Mundial de Hip Hop. Trouxeram o caneco pro Brasil, COMBOIO é formado pelos rapper´s, Dudu de Morro Agudo (DMA), Marcão Baixada e Léo da XIII. Vamos ver o que eles tem a nos dizer dessa experiência loka nos E.U.A. *** Alessandro Buzo: Como vcs descobriram o Take Back The Mic ? Comboio: Uma amiga produtora cultural aqui do Rio de Janeiro me pediu ajuda para divulgar a plataforma Amp.It e o Festival Take Back The Mic. Então comecei a olhar a plataforma e decidi inscrever o grupo. Buzo: Esperavam chegar a final em Miami ? Comboio: Na verdade não, porque a gente se inscreveu faltando apenas três dias para encerrar a primeira fase. Nos inscrevemos mais para ver como funcionava e daí nossa pontuação começou a subir porque nossa música foi muito ouvida e compartilha, além do Brasil, na Colombia, França e Jamaica. Depois que chegamos na semi-final as esperanças aumentaram. Buzo: DMA, vc tem uma carreira solo ou agora só com o COMBOIO ? Comboio/DMA: Tanto eu, quanto o Marcão e o Léo da XIII temos carreiras solo, isso é o tempero do #ComboIO. A gente costuma dizer que o #ComboIO é maior do que a soma de nossas partes. Sendo assim as careiras solo continuam. Buzo: Como foi ser campeão em Miami ? Comboio: A ficha ainda não caiu cara, porque além das votações pela internet a gente não sabia se havia mais algum critério. Quando a notícia chegou, estávamos curtindo o show do Crew Peligrosos, da Colombia, então o DJ Maseo, do De La Soul, subiu no palco e disse que o caneco era do Brasil. Foi uma surpresa, pois os outros dois grupos que estavam disputando eram bons demais. Mas segundo o próprio Maseo, a energia que eu e os caras transmitíamos em cima do palco ia além da tecnica. Buzo: E a experiência, na terra do Tio San, além do evento, campeonato ? Comboio: Foi uma experiência única. Os caras são muito perfeccionistas, o governo realmente trabalha para o bem da população. Minha visão foi muito superficial, claro, pois fiquei apenas cinco dias e em uma área extremamente turística, mas tudo o que vi lá, ainda não vi no Brasil. Buzo: Nova Iguaçu recebeu vcs como na volta ? Comboio: A repercussão me assustou, não imaginei que seria dessa forma. TODO MUNDO esta sabendo. A galera estava querendo nos buscar de carro de bombeiro no aeroporto, umas paradas surreais. Ligaram para o Corpo de Bombeiros e tudo mais. Os amigos do Rio e de Nova Iguaçu. A galera de sempre deu aquela moral de sempre, festinhas acontecendo, a galera parando na rua e perguntando como foi e tal. Por último o Prefeito, a Vice-prefeita, o presidente da Câmera de vereadores e o secretário de cultura nos receberam e trocamos algumas ideias e eles disseram que vão tentar ajudar o Enraizados e reconheceram a importância da organização para os jovens da região. Buzo: Quais próximos passos do COMBOIO ? Comboio: No início do ano a gente já estava na intenção de fazer um espetáculo com as músicas do disco antigo e começar a pensar o disco novo, mas depois dessa viagem outros planos apareceram em mente. Em breve vamos jogar no ventilador. DMA e Buzo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Entrevista com Tubarão Dulixo, falando do seu primeiro livro...

Fotos: Alessandro Buzo e Evandro Borges Alessandro Buzo: Como foi finalizar 2014 lançando seu primeiro livro ? Tubarão Dulixo: Chapa...foi corrido tu tá ligado...mas aos 48 min. do segundo tempo saiu...tirei um peso das costas...várias pessoas estavam me cobrando esse trampo...então saiu como presente de natal pra eles todos...quem acreditou e quem gorou...agora é trampar ele... Buzo: Nos fale mais de "Viver Entre os Porcos Sem Comer da Lavagem" ? Tubarão Dulixo: É uma compilação de poemas...poesias...coisa nova...coisa antiga...mais ou menos o que venho recitando pelos saraus...algumas coisas exclusivas pro livro...somado a ilustrações de artistas que trombo pela rua...manos e minas que tive a honra de conhecer e ter junto nessa obra...Magrela...Quinho...O.P.N.I...Dingos...SIS...entre outros que vieram acrescentar esse bang...mó orgulho disso...rua né chapa...nas linhas e traços... Buzo: E o primeiro lançamento como foi ? Tubarão Dulixo: Porra o lançamento foi lindo...em casa...na livraria Suburbano...numa terça de sarau...vários amigos lançando seus trampos juntos...casa cheia pra caraio...meus parceiros do Marapé também colaram...ai que nós vemos o quanto nosso trampo é respeitado...isso é da hora mas aumenta a pressão...temos que manter o nível...a postura...mó responsa... Buzo: Poesia sempre foi presente na sua vida ? Como começou ? Tubarão Dulixo: A poesia tava sempre presente né?...faltava aprender a enxergar...por no papel já é outra fita...e isso veio no começo dos anos 90 quando fazia fanzine...Acorde e Descorde...era voltado pro movimento libertário e tal...já mandava umas poesias cheias de "porques"...rsrs...questionando tudo...depois que comecei a trampar em construção civil dei um tempo...era puxado demais...mas lia e escutava muita musica...voltei mesmo em 2007...incentivado por sua pessoa a ser colunista do seu blog literatura periferica...ai veio o contato com os saraus...todo aquele movimento em ebulição...me identifiquei...aprendi tambem muito...e hoje to ai pelos saraus do mundaréu...escrevendo...declamando...viciei... Buzo: E o Sarau Suburbano, que você apresenta... como vê a cena dos saraus ? Tubarão Dulixo: O Sarau é a escola né chapa...mais do que vitrine...é onde gosto de escutar...de saber o que as pessoas tão sentindo...passando...e o sarau suburbano tem a caracteristica de ser numa livraria...lugar pequeno...intimista...gosto de estar ali...na frente ou não...me deu a oportunidade de levar minha poesia a varios lugares...loja de conveniencia...cadeia...universidade...de ir pra fora do país...isso é louco...a cena dos saraus tá crescendo...hoje tem sarau todo dias de norte a sul...isso é bom...mas o movimento mesmo tem muito a caminhar em varios aspectos...mas tamo aprendendo todo mundo junto...na pratica...na marra...fecho com a cena... Buzo: Você é de Santos, nos fale da sua quebrada ? Tubarão Dulixo: Sou caiçara...de santos...marapé...lugar bom...que me tira aguas dos zoio quando falo dele...minha quebrada é berço de bamba...na humildade sem maldade como diz meu mano Akins Kintê...desde do funk com Duda do Marapé...Renatinho e Alemão... ao sambista Luiz Américo...o samba de roda do Ouro Verde...a escola de samba União Imperial e Real Mocidade Santista...quando to na baixada gosto de estar lá...com meus manos da CG...eles sabem o que é...e quem são...amo todos eles...minha familia vive lá...meu sobrinho cresce lá...um dia volto a morar lá...sossegadinho de quebradinha...rsrs Buzo: Hoje você mora no Bixiga em São Paulo, como é essa relação, capital, litoral.... ? Tubarão Dulixo: Bixiga é o lugar que aprendi a amar...vim pra SP em 95...morei em vários cantos...mas me achei mesmo foi aqui...quebrada no centro...me identifico pra porra...não vejo muita diferença do Marapé...fiz amizade por aqui...falta só a praia...mas isso nóiz mata a saudade quando desce a serra...que também é aqui do lado...gosto de viver entre aqui e lá...um completa o outro... Buzo: E a DULIXO, seu projeto com arte reciclada, nos fale mais ? Tubarão Dulixo: A dulixo tá firme e forte...meu atelie se fixou no bixiga e as oficinas e intervenções seguem por ai...no mesmo esquema onde chamarem tamo colando...fazendo arte com lixo com jovens...crianças...adultos...qualquer idade...materializando as poesias...ensinando e aprendendo a fazer arte... esse ano que passou fiz bastante coisa...quero dar continuidade em 2015 e conseguir levar essa ideia de transformar lixo em arte para outros cantos que não fui ainda... Buzo: Ano novo, livro recém publicado nas mãos, expectativas pra 2015 ? Tubarão Dulixo: Trabalhar chapa...quero trabalhar...tava vendo geral comemorando que esse ano tem feriado prolongado pra porra...to poucas pra isso...quero mais é que me chamem para trampar em todos...quero viajar...levar minha arte por ai...conhecer...aprender...produzir...escrever...tem várias ideias em parceria com pessoas maravilhosas e talentosas que a arte me proporcionou conhecer...tenho certeza que vem coisa boa por ai...mas em resumo quero fazer arte... Buzo: Considerações finais ? Tubarão Dulixo: Gratidão...a todos...um por um...quem veio pra somar e quem veio pra dividir...aprendo a viver sem comer da lavagem com vocês...